Neofobia: sintomas, causas, tratamentos

A neofobia é um transtorno de ansiedade que é definido pela apresentação do medo excessivo e injustificado do novo.

Ou seja, a pessoa que sofre dessa psicopatologia tem um grande medo de novas coisas ou experiências.

A prática geralmente se manifesta como uma falta de disposição para tentar coisas novas ou romper com as atividades cotidianas.

No entanto, essa alteração não se refere a um tipo específico de personalidade ou a um modo peculiar de ser.

A neofobia é um tipo específico de fobia, de modo que o indivíduo que sofre não é o presente desprazer ao novo. O que apresenta é um alto medo desses elementos e uma resposta marcante de ansiedade quando é exposto.

Além disso, o sujeito com neofobia experimenta essas sensações de maneira incontrolável e irracional. Então, em alguns casos, você pode querer ou ter alguma intenção de experimentar coisas novas, mas seu alto medo a impede.

Felizmente, esta alteração atualmente tem tratamentos eficazes que são capazes de reverter e eliminar o medo fóbico do novo.

Em seguida, são discutidas as principais características da neofobia. Seus sintomas e causas são explicados, e as intervenções a serem realizadas são postuladas para tratá-lo adequadamente.

Características da neofobia

A neofobia é um tipo peculiar de fobia específica, na qual o elemento temido é qualquer estímulo que seja novo para a pessoa.

Desta forma, difere das fobias específicas mais conhecidas, como fobia sanguínea ou fobia animal, devido à sua variabilidade dos elementos temidos.

Ou seja, enquanto na fobia do sangue o elemento temido é claro, objetivo e mensurável (o sangue), na neofobia os estímulos temidos são muito mais variáveis ​​e imprevisíveis.

De fato, indivíduos com neofobia podem temer qualquer coisa a que atribuam qualidades novas.

Em outras palavras, esse tipo de fobia específica teme qualquer elemento que seja novo para o indivíduo, sejam coisas materiais, situações, atividades, etc.

Assim, delimitar, especificar, diagnosticar e tratar essa alteração pode ser um pouco mais complexo que outros tipos de fobias.

Da mesma forma, a gravidade da neofobia também pode ser maior, uma vez que os elementos que o indivíduo teme são muito mais numerosos e podem aparecer mais facilmente no seu dia a dia.

Manifestações da neofobia

Temer de maneira fóbica as coisas novas têm um impacto nos dois sentidos sobre a pessoa. Primeiro, a neofobia afeta diretamente o comportamento da pessoa. Em segundo lugar, o distúrbio provoca alterações de ansiedade sempre que o indivíduo é exposto a novos elementos.

1- Alteração comportamental

A condição do transtorno de comportamento pode ser visivelmente grave. Ou seja, o funcionamento de uma pessoa com neofobia pode ser altamente limitado e modificado pela psicopatologia.

Em geral, o distúrbio impede que o indivíduo seja exposto a novas situações e atividades. Assim, a pessoa com neofobia pode realizar um estilo de vida totalmente monótono e rotineiro.

Conheça pessoas, comece um trabalho, adquira ou compre coisas novas, visite lugares que você nunca esteve, realize uma atividade que não tenha sido feita antes ...

Todos esses elementos são exemplos de coisas às quais uma pessoa com neofobia é limitada. Ou seja, o indivíduo não se exporá nem realizará nenhuma das atividades previamente discutidas devido ao medo que elas lhe causam.

Este fato se traduz em uma alta restrição de elementos gratificantes. Todas as pessoas exigem um maior ou menor grau de novidade para experimentar sensações agradáveis ​​e experiências gratificantes.

Desta forma, a neofobia pode afetar muitas outras esferas além da ansiedade que causa o medo. A limitação do comportamento à monotonia rotineira e absoluta pode levar a transtornos de humor ou insatisfação pessoal.

2- Ansiedade alterada

Por outro lado, a neofobia é explicada e caracterizada pelas manifestações de ansiedade vivenciadas pela pessoa.

Estes aparecem quando o indivíduo é exposto aos seus elementos temidos. Ou seja, quando entra em contato com novos estímulos.

A resposta de ansiedade nessas situações é grave e motiva a evitação de novos elementos e alterações comportamentais.

Principalmente, os sintomas de ansiedade se manifestam através de dois componentes principais: físicos e cognitivos.

Os sintomas físicos referem-se a todas as alterações corporais que o indivíduo experimenta quando entra em contato com o "novo".

A resposta de ansiedade física pode variar em cada caso, mas sempre se refere a um alto aumento no sistema nervoso central. Uma pessoa com neofobia pode apresentar alguns dos seguintes sintomas corporais:

1. Aumento da frequência cardíaca

2. Aumento da frequência respiratória

3. Hiperventilação.

4. Sensação de sufocamento.

5. Taquicardia

6. Aumentar a transpiração

7. tensão muscular

8. Dilatação pupilar.

9. dores de cabeça.

10. Sensação de irrealidade.

Essas manifestações físicas são acompanhadas por uma série de sintomas cognitivos. Isto é, de um seguido de pensamentos sobre a novidade.

Esses pensamentos são caracterizados por atribuir aspectos negativos a todos esses novos elementos. Eles são a causa do medo do novo e são alimentados com manifestações físicas para gerar a sensação de ansiedade.

No início, os sintomas físicos causam altos sentimentos de ansiedade e aumentam os pensamentos de medo do novo. Posteriormente, esses pensamentos aumentam a sintomatologia ansiosa, criando um ciclo no qual a ansiedade só pode ir além.

Neofobia versus rejeição do novo

Cada pessoa tem uma série de traços de personalidade que ditam seu modo de ser, perceber o mundo e agir.

Diferenças individuais em relação aos traços de personalidade são múltiplas. Cada pessoa é diferente e tem uma série de características que a definem.

Nesse sentido, um dos principais componentes que marcam o jeito de ser das pessoas é a busca por sensações.

Há indivíduos que têm uma clara preferência por aspectos novos, intensos e recompensadores. E há pessoas que têm uma preferência maior pelo conhecido, pelo seguro e pela rotina.

Coisas novas configuram situações excepcionais na vida das pessoas. Independentemente das preferências do indivíduo, enfrentar um elemento ou situação desconhecida implica maior ativação.

Não saber o que é e como está na sua frente faz com que as pessoas tenham que estar mais alertas para responder corretamente. Nesse sentido, experimentar certas sensações de tensão nesses momentos constitui uma resposta totalmente normal.

No caso da neofobia, tanto o medo quanto a resposta de ativação a essas situações são excessivos. Para diferenciar o medo da neofobia do medo normal pelo novo, os seguintes aspectos devem ser levados em conta:

1- Intensidade

Algumas situações e novos elementos podem relatar um certo nível de demanda para a pessoa. Por exemplo, dirigir à noite em uma estrada desconhecida pode exigir uma ativação maior do sujeito carregando o carro.

Assim, experimentar certos graus de nervosismo em face do novo pode ser normal e não atribuível à neofobia.

Porém, nessa alteração, a resposta ao medo apresenta uma intensidade excessiva em relação às demandas da situação.

O indivíduo responde com extremo medo em momentos menos assustadores em que a resposta do medo não é justificada.

2- Racionalidade

Ligada ao ponto anterior, as respostas adaptativas ao medo em novas situações são governadas por processos racionais.

Por exemplo, seguindo o exemplo anterior, o medo de dirigir à noite em uma estrada desconhecida é explicado pela necessidade de estar alerta para traçar corretamente as curvas da estrada e não sofrer um acidente.

Na neofobia, por outro lado, o medo experimentado é totalmente irracional. A pessoa que a experimenta não é capaz de justificar por que tem medo do novo.

3- Controlabilidade

Outro elemento que define o medo da neofobia é que ela é incontrolável. Ou seja, a pessoa que sofre é incapaz de controlar sua experiência e seus sentimentos de medo.

Quando exposto a novos elementos, o indivíduo é totalmente absorvido pelo medo e não é capaz de gerenciá-lo.

4- Consequências

As consequências do medo adaptativo para o novo são geralmente mínimas. Normalmente, eles implicam apenas um maior estado de ativação, um certo nervosismo e uma maior atenção aos elementos.

Em contraste, na neofobia as consequências são muito mais devastadoras. Primeiro, eles envolvem uma total evitação dos novos elementos, de modo que o sujeito é incapaz de se expor a eles e tenta não entrar em contato o tempo todo.

Por outro lado, quando a pessoa entra em contato com os novos estímulos, tem um alto ataque de ansiedade, fato que não está presente no medo adaptativo do novo.

5- Elementos temidos

O medo adaptativo do novo costuma aparecer diante de situações ou elementos que configuram ou podem configurar um perigo real para a pessoa.

Na neofobia, no entanto, essa triagem não está presente. A pessoa com essa alteração teme todas as coisas novas, independentemente de serem reais ou não.

6- Persistência

Finalmente, a neofobia é caracterizada por ser um distúrbio permanente. Isso persiste ao longo do tempo e o medo do novo é invariavelmente experimentado em todas as ocasiões.

Assim, esse medo não está sujeito a momentos ou fases específicas da vida de uma pessoa. Um indivíduo com neofobia apresentará medo do novo ao longo de sua vida se não realizar os tratamentos indicados que lhe permitam superá-lo.

Causas da neofobia

O estudo etiológico da neofobia baseia-se na maneira como as pessoas aprendem e adquirem respostas de medo.

Neste sentido, hoje em dia, concorda-se que não existe uma causa única que dê origem à neofobia. Pelo contrário, é a combinação de diferentes fatores que origina o desenvolvimento desta psicopatologia.

Os principais fatores relacionados à neofobia são:

1- Condicionamento Clássico

Ter vivenciado situações e experiências aversivas e desagradáveis ​​em relação a coisas novas pode condicionar a experiência do medo do novo.

Por exemplo, quebrar o pé na primeira vez que você joga futebol, ser provocado no primeiro dia de aula ou sofrer de dores de barriga e vômito ao tentar um novo alimento são fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da neofobia.

2- condicionamento verbal

Por outro lado, receber estilos educacionais durante a infância nos quais a percepção de coisas novas é rejeitada ou um alto senso de perigo é atribuído aos novos elementos também pode contribuir para o condicionamento desse tipo de medo.

3- Fatores genéticos

Embora não estejam bem estabelecidos, várias tendências de pesquisa sugerem que fatores genéticos podem estar envolvidos na etiologia da neofobia.

Ter familiares com alterações de ansiedade e estilos de personalidade conservadores seria um fator de risco para essa psicopatologia.

4- Fatores cognitivos

Crenças não realistas sobre os danos que poderiam ser recebidos se expostos ao estímulo temido, os preconceitos atencionais em relação às ameaças relacionadas à fobia, as baixas percepções de autoeficácia e as percepções exageradas do perigo são elementos que estão relacionados à manutenção da neofobia. .

Tratamentos de neofobia

A neofobia pode ser adequadamente tratada através da psicoterapia. Especificamente, o tratamento cognitivo-comportamental é a intervenção psicológica que demonstrou maior eficácia.

Essas intervenções são baseadas no tratamento dos três componentes afetados pela fobia: o componente comportamental, o componente físico e o componente cognitivo.

O componente comportamental é tratado através da exposição. O indivíduo é exposto aos seus estímulos temidos de maneira controlada, com o objetivo de se acostumar com eles e superar o medo.

O componente físico é tratado através de técnicas de relaxamento que reduzem o nível de ansiedade. Finalmente, o componente cognitivo é englobado por técnicas cognitivas que permitem corrigir pensamentos disfuncionais sobre o novo.

Referências

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