Revolução Industrial no Chile: causas e conseqüências
A evolução do R Industrial no Chile ocorreu durante o século XIX, quando se aproveitou das notícias que estavam aparecendo na Europa para mudar sua base econômica e modernizar algumas de suas infra-estruturas.
As mudanças provocadas pela Revolução Industrial no antigo continente fizeram que começasse a precisar de mais produtos de importação. Por um lado, suas fábricas precisavam de matérias-primas para funcionar no ritmo que novas invenções e métodos precisavam.

Por outro lado, houve uma explosão populacional na maioria dos países europeus. Por essa razão, foi necessário aumentar a importação de alimentos, então eles recorreram a comprar mais cereais no exterior. O Chile foi um dos países que ganhou vantagem como exportador de matérias-primas e alimentos.
Como resultado disso, modernizou seus transportes, reforçou suas indústrias de mineração e extração e teve que desenvolver novas áreas do país para ser mais rentável economicamente. Quanto à industrialização em si, não chegou ao início do século XX.
Causas
Houve várias circunstâncias históricas que levaram à primeira Revolução Industrial. Isso, desenvolvido na Grã-Bretanha, foi o fim de uma série de eventos na Europa desde o final da Idade Média.
Os principais foram o desenvolvimento das ciências, as invenções que melhoraram o transporte e a colonização da América, África e Ásia.
Uma das invenções que mais afetou a Revolução Industrial foi a máquina a vapor. Em pouco tempo, essa nova máquina deu um enorme impulso à produção industrial, tornando-a mais eficiente. Além disso, também significou um avanço no transporte, tanto terrestre quanto marítimo.
Embora este primeiro estágio da Revolução Industrial tenha sido circunscrito à Inglaterra, nas décadas seguintes expandiu-se para o resto da Europa e dos Estados Unidos. Enquanto isso acontecia, o Chile acabara de se tornar um país independente e tentava estabilizar sua situação política e econômica.
A agricultura e a pecuária foram a base fundamental da economia chilena, com muito pouco desenvolvimento industrial. No entanto, ele foi capaz de aproveitar as necessidades criadas nas grandes potências europeias para dar um salto econômico e se tornar um país exportador.
Necessidade de matérias-primas na Europa
Como já foi dito, a indústria européia que emergiu da Revolução foi mais eficiente. No entanto, isso significou um aumento na demanda por matérias-primas, especialmente minerais. O Chile tinha grandes depósitos, o que fez do país um dos principais exportadores, principalmente carvão e cobre.
No caso deste segundo mineral, o crescimento de sua demanda provocou um forte aumento nos preços. Isso encorajou a busca por novos depósitos fora da Europa, já que os deles estavam se esgotando. O território chileno era muito rico nesse material e, em pouco tempo, tornou-se o principal produtor do mundo.
Para alcançar essa posição, ele começou a usar alguns avanços técnicos, como o forno reverberatório, e melhorou seus transportes.
Por outro lado, o Chile também se tornou uma potência exportadora de outro produto altamente demandado pelos europeus: salitre. Durante a segunda metade do século XIX, as vendas deste material aumentaram enormemente.
Aumento populacional na Europa
A melhoria das condições de vida na Europa, somada aos avanços em sua agricultura, fez sua população se multiplicar em pouco tempo. Isso resultou em uma maior necessidade de comida. Para atender a essa demanda, o Chile aumentou sua produção de trigo e outros cereais.
Toda essa acumulação de capital obtida pelas exportações, trouxe consigo a possibilidade de obter créditos externos e de os dedicar à modernização do país. Além disso, o investimento estrangeiro começou a crescer.
Consequências
Tanto o crescimento populacional quanto a crescente demanda por matérias-primas na Europa foram um forte estímulo para a economia chilena. Embora a criação de uma indústria própria demorasse a chegar, o país aproveitou as circunstâncias para empreender algumas mudanças em muitos setores.
Incorporação de avanços tecnológicos
Os novos sistemas de transporte chegaram ao Chile muito em breve. Assim, os barcos a vapor começaram a ser usados em 1835, introduzidos pelo empresário americano William Wheelwright. Ele fundou uma empresa que se tornou uma grande vantagem de exportação: a navegação a vapor do Pacífico.
O mesmo aconteceu com o transporte terrestre, principalmente com a ferrovia. A infraestrutura de ferro construída foi projetada para ligar as regiões de mineração e agricultura aos portos de embarque. A primeira ferrovia entre Caldera e Copiapó foi inaugurada em 1851, com a participação de Wheelwright, agora com Enrique Meiggs.
Desenvolvimento de novas áreas do país
A demanda por alimentos destinados à exportação estimulou a ocupação de novas regiões para o cultivo do trigo, como a Araucanía. Lá, canais de irrigação foram construídos, máquinas a vapor foram trazidas e a construção da ferrovia foi favorecida.
Tudo isso supôs uma grande modernização da atividade agrícola com o objetivo de poder comercializar com os mercados europeus.
Matérias primas
Tal como acontece com os alimentos, a necessidade de matérias-primas também levou à modernização da atividade de extração. O cobre tornou-se um dos produtos mais importantes para a economia chilena. De fato, os impostos que o comércio desse metal produzia contribuíram com metade do orçamento do país.
A extração de cobre estimulou outras áreas econômicas. Era necessário construir fundições para processar o metal e as portas para transportá-lo. Da mesma forma, o Chile teve que comprar novos navios e a produção de carvão, necessária para o processo de produção de cobre, aumentou.
Por outro lado, a demanda por salitre que os empresários chilenos investem é a sua extração. Isso não só aconteceu no território do país, mas também na Bolívia, em uma área que, após a Guerra do Pacífico, foi incorporada ao Chile.
O chamado ouro branco tornou-se, durante algumas décadas, o produto mais importante do país. Durante a última parte do século XIX e nas primeiras décadas do XX, sua exportação manteve as contas chilenas.
Pequenos avanços na industrialização
Após a criação da Universidade do Chile, quase em meados do século XIX, o governo chileno começou a levar especialistas estrangeiros para promover o conhecimento e o desenvolvimento industrial.
No entanto, não foi até o final desse século que o Chile iniciou seu próprio processo de industrialização. Foi quando a SOFOCA foi fundada, uma organização que buscava promover seu desenvolvimento. Desta forma, a indústria metalúrgica, alimentar ou têxtil começou a aparecer.
Migração da cidade de campo
Embora mais tarde que na Europa, o Chile também passou por um processo de migração do campo para a cidade. Poderia até ser maior se não fosse pela alta taxa de mortalidade infantil, pela fome frequente e por algumas epidemias.
Conflito social
As mudanças nas estruturas econômicas e trabalhistas causadas pela Revolução Industrial tiveram um grande impacto nas relações sociais e políticas. Com a industrialização, surgiu uma nova classe, o proletariado, formado pelos trabalhadores. Suas condições de vida eram muito ruins, sem direitos trabalhistas.
Para tentar melhorar essas condições, os trabalhadores se agruparam em sindicatos e partidos políticos, muitos deles de ideologia socialista. Suas principais armas foram greves e manifestações, às quais o Estado respondeu, muitas vezes, com grande violência.
No Chile, como no resto do mundo, muitos conflitos sociais se originaram, conhecidos como a "Questão Social". No início do século XX, a luta dos trabalhadores conquistou algumas vitórias, com a promulgação de leis que regulavam melhor seus direitos contra os patrões.