10 Conseqüências das Viagens de Exploração da Espanha para a América Latina

As consequências das viagens de exploração da Espanha à América Latina foram numerosas: mudou a ideia que se tinha da Terra, as culturas se misturaram e adquiriram novos conhecimentos de navegação, entre outros assuntos.

Em 12 de outubro de 1942, a história da humanidade sofreu o que para muitos tem sido considerada a ruptura mais importante que aconteceu. Naquele dia, Cristóvão Colombo chegou com suas três caravelas enviadas pelos reis católicos da Espanha para a ilha de Guanahani, nas atuais Bahamas.

Sem saber, naquele momento, o primeiro contato dos europeus com os nativos americanos ocorreu. Os navegadores espanhóis, chefiados por Colombo, fizeram quatro viagens.

Na primeira, realizada em 1492, os navios, além de chegar a Guanahani, passaram por Cuba e pela ilha de Hispaniola. Na segunda viagem, realizada entre 1493 e 1496, um processo de colonização começou em Hispaniola e outras ilhas como Porto Rico e Jamaica eram conhecidas.

A terceira viagem ocorreu em 1498, na qual os navios de Colombo tocaram o continente pela primeira vez, no Golfo de Paria, na Venezuela. Para os negócios que Cristóvão Colombo deu aos índios em Hispaniola, ele foi capturado e para a quarta viagem, que ocorreu entre 1502 e 1504, foi proibido viajar para esta ilha.

Nesta última expedição, o almirante Colombo pôde conhecer a costa firme da América Central e ficou um ano na Jamaica. Após seu retorno à Espanha, ele recebeu a notícia da morte da rainha Elizabeth, por isso suas expedições perderam o apoio da Coroa. Essas viagens tiveram consequências que fizeram o mundo de hoje.

Principais conseqüências das expedições da Espanha para a América Latina

1- Mudança na forma da Terra

Na Idade Média, a concepção da forma que o planeta Terra tinha não era clara. É difícil acreditar que Colombo acreditava em uma Terra plana, porque os povos intelectuais da Europa estavam convencidos de que ela era de uma forma esférica (Phillpis A e Rahn, C., 1992).

Colombo pensou até sua morte que ele havia chegado nas Índias que cruzaram Marco Polo do outro lado, o que confirmou que o planeta é uma esfera.

2- Concepção dos indígenas

O choque cultural que existia entre os espanhóis e os índios taínos que viviam nas ilhas do norte do Caribe era excepcional. Seu vestido muito pobre, sua rica vida sexual e sua estupidez, segundo os espanhóis, denotavam uma enorme diferença cultural, a seu favor (Crosby, 2003).

Mais tarde, muitos conquistadores foram vistos como bestas e não como homens. Essa controvérsia chegou ao Vaticano, que através de uma bula papal emitida por Paulo III em 1537, declarou aos seres humanos indígenas.

3- Evangelização

Da concepção dos nativos como seres humanos ou animais vulgares, o poder de evangelizar dependia ou não. Na bula papal de 1537, ficou estabelecido que os índios não só eram capazes de compreender a fé católica, mas também queriam recebê-la. (Crosby, 2003).

Muitos missionários religiosos como Fray Bartolomé de las Casas acreditavam na conquista pacífica, através da evangelização de seus habitantes.

4- Conhecimento da ecologia americana

A flora e a fauna americanas são radicalmente diferentes da européia, e ainda mais neste momento histórico. Os espanhóis foram surpreendidos pelos animais das ilhas americanas e pelas plantas exóticas da região.

Após as viagens de exploração iniciou-se a troca de plantas e animais entre o Novo Mundo e o Velho Mundo, alterando a dieta dos dois continentes (Phillpis A e Rahn, C., 1992).

5- Oceano Pacífico

Juntamente com o fim da concepção da natureza plana do planeta Terra, em 1513 Vasco Núñez de Balboa avistou pela primeira vez o Oceano Pacífico, que ele chamou de Mar do Sul. Quando a magnitude do oceano e suas conexões foram compreendidas, a Espanha aumentou seu poder naval naquela área.

6- Comércio de escravos

Os inícios da escravidão na América pelos espanhóis ocorreram na segunda viagem de Cristóvão Colombo, onde foram escravizados a parte dos habitantes indianos do Taíno em Hispaniola.

Após o reconhecimento dos índios como seres humanos e com a consolidação das colônias espanholas no continente, começaram a comprar escravos negros da África (Yépez, 2011).

7- Cruzamento

As primeiras viagens de exploração espanhola foram feitas de condenados e navegadores. Eles não eram uma equipe profissional nem eram famílias com intenção de se estabelecer.

Aqueles que vieram para o Novo Mundo eram principalmente homens, que desde que não havia mulheres nas expedições, eles começaram a se juntar aos índios. Os negros seriam adicionados a essa miscigenação mais tarde. Essa mistura forma as diferentes cores de pele que os latino-americanos têm hoje.

8- Novo mapa comercial

Antes das viagens de Colombo, o comércio estava confinado ao que acontecia na Europa, especialmente entre as repúblicas marítimas localizadas na península Itálica. Depois da viagem de Marco Polo e do conhecimento dos europeus das culturas ocidentais, a rota da seda entrou na Europa.

Com a descoberta da América, uma troca comercial, especialmente alimentar, começaria por mais de trezentos séculos, na famosa raça dos índios, entre Cádiz e La Española (Phillpis A e Rahn, C., 1992).

9- Idioma

As línguas indígenas faladas no continente americano deveriam exceder mil, mas a maioria delas estava extinta. Além da religião católica, a língua castelhana era a outra grande imposição colonial, que ainda hoje vive.

Colombo, a princípio, expressou sua preocupação com a impossibilidade de se comunicar com os indígenas (Phillpis A e Rahn, C., 1992). No processo de colonização, o espanhol tornou-se o único meio de comunicação. Os índios e depois os negros tiveram que aprender.

10- Avanços em n avegação

Navegar pelo mar Mediterrâneo não era o mesmo que navegar por todo o oceano Atlântico. Colombo estava familiarizado com técnicas de navegação e tinha conhecimento nos desenvolvimentos do mesmo (Traboulay, 1994).

Embora viagens de exploração tenham sido feitas na África e na Ásia, o comércio com a América se desenvolveu de forma constante, o que forçou a rápida melhoria das diferentes técnicas de navegação. Novos tipos de embarcações, com mais capacidade e resistência, foram desenvolvidos para se adaptar às novas necessidades.