As 8 características de vanguarda mais importantes

A vanguarda é caracterizada por ultrapassar seu tempo; a exploração de novas técnicas artísticas e materiais que antes do tempo não haviam sido explorados (Educação, 2017).

Os temas escolhidos dentro da vanguarda tentavam cobrir o uso de novas técnicas e métodos artísticos que ajudassem os artistas a produzir uma arte melhor.

Desta forma, muitos artistas enfatizaram a concepção e planejamento de suas obras, além de simples "incidentes artísticos", já que raramente um escultor ou pintor poderia ser vanguardista sem premeditação.

As vanguardas foram rotuladas como subversivas, controversas e radicais para questionar as diretrizes propostas pela arte clássica. Desta forma, todos os limites da arte foram transgredidos como era conhecido até o final do século XIX (Educação, 2017).

Dentro da vanguarda, Picasso se destaca por causa do questionamento analítico que ele fez sobre o uso da perspectiva visual na pintura.

Há também os impressionistas Monet e Van Gogh com uma proposta "louca" na aplicação da cor. No entanto, o maior expoente da vanguarda foi Duchamp, com seu papa revolucionário ou dada.

Características fundamentais da vanguarda

1- Radical e subversivo

O termo "Avant Garde" foi usado pela primeira vez pelo francês Henri de Saint-Simon no início do século XIX. Ele disse que os artistas que trabalhavam a serviço da vanguarda tinham como objetivo o progresso social e iam além dos cientistas e especialistas em outras disciplinas.

No entanto, no início do século XX, o termo se caracterizava por ser sinônimo de radicalismo e implicava que os artistas de vanguarda deveriam questionar o status quo da arte para dar um passo adiante.

É assim que os temas tratados pela vanguarda debatem toda a dinâmica estética, movimentos intelectuais, convenções e métodos de produção artística. Por esse motivo, os artistas foram classificados como subversivos (Harland, 2013).

2- Experimentação

Os artistas de vanguarda foram caracterizados por tratar a arte de uma maneira diferente, chegando a explorar inúmeras técnicas.

Algumas dessas técnicas deram origem a novos movimentos artísticos, assim como o cubismo promovido por Picasso. Outros não tiveram sucesso e nunca foram realmente implementados.

A experimentação na vanguarda começou anos depois da Revolução Francesa. Deste modo, este movimento é entendido como o despertar da arte no início do século XX.

As técnicas tradicionais de pintura a óleo foram questionadas, e a arte começou a capturar paisagens, formas e figuras com um novo romantismo. É assim que o impressionismo nasceu como uma das grandes escolas de vanguarda (Johnson, 2017).

3- Convenções de cores

Pode-se dizer que os movimentos de vanguarda viraram de cabeça para baixo a maneira como a cor era usada. De repente, as florestas poderiam ficar vermelhas e os palheiros azuis.

Tudo isso devido à importância que alguns artistas passaram a dar aos fenômenos naturais em momentos específicos, como a incidência do sol nos elementos percebidos pelos olhos do artista.

Essa mudança nas convenções de cores pode ser comum hoje, mas no início do século XX, o público ficou escandalizado pela violência com a qual a arte estava sendo tratada (Terraroli, 2006).

4- Do racional ao ilógico

A vanguarda teve muitos expoentes e resultou em múltiplos movimentos e escolas artísticas, hoje conhecidas como vanguardas. Cada vanguarda tinha seu modo particular de abordar a arte e lidar com diferentes tópicos.

É assim que podemos ver movimentos como o fauvismo, com um esquema de cores antinatural e dramático, onde seus criadores eram conhecidos como "feras" e movimentos como o cubismo, onde prevalecia a análise da forma, criticando a idéia convencional de perspectiva linear em favor da ênfase no uso da bidimensionalidade.

Assim, a vanguarda escandalizou os acadêmicos da época, com exposições em Paris, Nova York, Munique, Dresden e Berlim.

Nestes últimos lugares, o expressionismo alemão foi encarregado de quebrar os esquemas tradicionais com um estilo de arestas marcadas que são usadas até hoje (Scheunemann, 2000).

5- Anarquismo e Inovação

O movimento de vanguarda por excelência é o dadaísmo, que tratava de questões que giravam em torno da crítica direta às artes visuais e da proposta de uma arte que incluía uma mistura inovadora de anarquia e hipermodernismo.

O dadaísmo era altamente controverso e desafiador, rejeitando todos os pilares fundamentais da arte clássica.

O Dada transformou lixo e objetos encontrados na rua em colagens tridimensionais. Desta forma, os expoentes desta corrente criaram uma arte mais conceitual com a qual eles puderam interagir.

6- Arte conceitual

As vanguardas eram principalmente conceituais. Eles revelam o que hoje é conhecido como arte performática e acontecimento.

Principalmente a corrente de Dada é entendida como a precursora da arte conceitual que viria quase cinquenta anos depois com o pós-modernismo.

Cada corrente da vanguarda era o sucessor de uma nova corrente. É assim que o surrealismo nasce do dadaísmo, e a arte assume um tom mais conceitual, carregado de figuras dos sonhos de Salvador Dalí.

7- Geometria

Este é um assunto que foi fortemente abordado pela vanguarda, uma vez que os conceitos de figura e forma foram claramente debatidos.

É assim que o movimento De Stijil nasceu do artista Piet Mondrian, e a realidade é interpretada a partir de uma abstração de figuras geométricas básicas e experimentais.

A geometria não foi tratada apenas pelos pintores, os escultores também questionaram esse aspecto da arte, dando origem a movimentos como o futurismo, onde a forma era representada a partir de um ideal espacial de formas mais sinuosas e texturas metálicas.

8- Abstração

Dentro da vanguarda, a abstração dos elementos advindos da arte clássica chegou a um ponto em que era improvável simplificar mais as formas e figuras.

No final do século XX, o abstracionismo dominou o mundo da arte e foi difícil para os artistas criarem peças novas e surpreendentes.

Neste momento, Jackson Pollock cria a técnica da pintura em ação, dando uma reviravolta ao tema popular do abstracionismo. As cores e os golpes novamente tiveram emoção e a mensagem que se pretendia entregar era mais poderosa (Kordic, P, Martinique, & P, 2017).