Traquéia: Funções, Estrutura, Desenvolvimento e Patologias

A traquéia é um canal respiratório de seres vertebrados (humanos e animais) cuja função vital é permitir a passagem do ar para a respiração.

Pertencente ao sistema respiratório, faz parte do aparelho que compõe a laringe em uma extremidade e o começo dos pulmões na outra.

A traqueia é um tubo cartilaginoso flexível e irregular com 10 a 13 centímetros de comprimento e 1 e 2 centímetros de largura. Ela se estende da parte inferior da laringe para se bifurcar em um par de brônquios, iniciando os pulmões.

As paredes da traqueia são compostas por 20 anéis de cartilagem e músculos lisos e lisos. Suas glândulas permitem lubrificar as cavidades internas, evitando secreções causadas pela entrada e saída de ar.

As principais técnicas de revisão e intervenção clínica da traquéia são a intubação traqueal, que garante que o paciente continue a receber oxigênio e traqueotomia, que consiste em penetrar na pele fora da traquéia para abrir um orifício que garante a entrada e saída da traquéia. ar

Funções da traqueia

1- Condução de ar: Respiração

Esta é a principal função da traqueia, que permite respirar ar rico em oxigênio e exalar dióxido de carbono.

Quando o ar é inalado, o oxigênio passa pela traquéia, passa pelos brônquios, depois pelos bronquíolos e finalmente atinge os alvéolos pulmonares.

Se a traquéia sofrer algum dano, ela interferirá na troca de ar normal e, se não for tratada com urgência, poderá causar a morte.

2- Defesa do organismo

Embora a principal função da traqueia seja a troca de ar, ela também ajuda na proteção contra micróbios e substâncias nocivas. Isso impede a entrada de substâncias nocivas nas partes mais profundas dos pulmões, o que induziria um mau funcionamento.

A traquéia tem um revestimento pegajoso da camada mucosa que retém substâncias estranhas. Quando eles estão presos, essas substâncias são expelidas para cima e podem ser excretadas do corpo como catarro ou engolidas no esôfago.

No entanto, alguns objetos estranhos entram acidentalmente na traquéia. Quando isso acontece, as células ciliadas ficam irritadas e, como resultado, a tosse é induzida.

Ao tossir, a traquéia está tentando expelir os objetos, permitindo que o ar alcance os pulmões. Irritação das células ciliares também pode ocorrer quando há presença excessiva de muco e agentes infecciosos que causam tosse.

3- Termorregulação

A traquéia umedece e aquece o ar que entra nos pulmões. Quando há um aumento na temperatura, o corpo promove a perda de calor e a temperatura do corpo volta ao normal.

Por outro lado, quando o ar está muito frio, a traqueia pode aquecer o ar antes de entrar nos pulmões, promovendo o equilíbrio térmico.

Treinamento e desenvolvimento

Junto com o esôfago, a traqueia começa a se desenvolver dentro do corpo com quatro semanas de idade embrionária.

Nasce do intestino previamente formado que agora dará origem ao conduto ou porção ventral que corresponderá à traqueia. Isso acaba se desenvolvendo com o crescimento dos pulmões e a formação dos brônquios.

A traquéia é unida em sua parte posterior com o esôfago, sem compartilhar o mesmo conduto através do septo traqueoesofágico. Eles são unificados no auge da laringe.

Devido ao seu contato, a estrutura traqueal não é uma circunferência perfeita, nem mesmo um cilindro perfeito, mas às vezes é descrita como uma espécie de cone truncado saliente, cuja base corresponde à extremidade inferior.

Forma e estrutura

É um duto cilíndrico achatado em suas costas, devido ao contato com o esôfago. Apresenta depressões devido aos anéis cartilaginosos, com dois padrões comuns no restante: impressão aórtica e impressão tireoidiana.

Em toda a sua extensão, o caminho que segue a traquéia pode ser considerado retilíneo; alguns casos podem apresentar curvaturas.

Seu diâmetro pode aumentar gradualmente de cima para baixo. Varia de acordo com a idade do sujeito, de 6 milímetros em crianças a 18 milímetros em adultos. A traqueia geralmente diminui em sujeitos mortos.

A traqueia consiste principalmente de duas bordas ou túnicas:

Túnica exterior

Ou fibrocartilaginoso, é formado por cartilagem e uma camada de fibras musculares moles. As cartilagens formam anéis irregulares com alguma profundidade ao longo do canal.

O último anel de cada extremidade apresenta peculiaridades em relação aos demais, integrando-se a outra parte do sistema respiratório.

Túnica interna

É de natureza mucosa, devido às células serosas que possuem as glândulas tubulares que a compõem.

Artérias, veias e nervos

As artérias traqueais cervicais são provenientes das artérias tireoidianas inferiores, sendo consideradas do tipo terminal. Por sua vez, da porção torácica, vêm as artérias tímicas, que auxiliam na irrigação traqueal.

As veias estão presentes nas glândulas internas da traqueia e correm e se distendem nos anéis cartilaginosos. Eles drenam nas costas, unindo as veias esofágicas e tireoidianas inferiores.

Os principais nervos da traquéia são dois: o nervo vago ou o nervo pneumogástrico, que vem dos pulmões e da parte superior da laringe; e grande simpatia, que vem dos gânglios cervicais e dos primeiros gânglios torácicos.

Patologias

A traqueia está sujeita a múltiplos tipos de condições de diversas origens. O significado clínico adotado pela traquéia tem permitido o desenvolvimento de tratamentos e intervenções especializados adaptados à estrutura orgânica, de forma que a resposta à condição possa garantir melhora.

Doenças como tuberculose ou histoplasmose afetam diretamente a traquéia em conjunto com o restante do sistema respiratório. Esses distúrbios internos são causados ​​pelo contato com agentes externos específicos.

A traqueia pode ser vítima de patologias de origem congênita, como a agenesia traqueal, em que a traqueia simplesmente não se desenvolve abaixo da laringe ou da fístula traqueoesofágica, onde se cria um buraco entre a traqueia e o esôfago, causando a formação de alimentos. Ingerido pode acabar nos pulmões.

Destacar o traumatismo da traqueia, resultante de lesões de origem externa (impactos bruscos na área traqueal) ou internas (reação dos gases inalados no interior da traquéia).

Algumas doenças podem causar alargamento (traqueobrônquico) ou estreitamento (infecção, sarcoidose, amiloidose, etc.) da traquéia.

Os tumores também podem se manifestar na traqueia, de tipos malignos e benignos. A formação de tumores na traqueia é estimada entre a terceira e quinta década da vida adulta, sem maior propensão entre os sexos.

Os sintomas associados aos tumores são tosse, dispneia, sequelas asmáticas. Em até um terço dos casos, os sintomas de um tumor podem ser confundidos com os da bronquite.

Entre os tumores malignos da traquéia, que representam até 80% dos casos clínicos, estão:

Carcinoma de células escamosas

Geralmente afeta fumantes. Consiste na expansão do tumor para os brônquios e áreas dos pulmões e pode gerar fístulas ou buracos entre a traquéia e o esôfago.

Em grande parte dos casos, foi detectado em estado avançado. Há pouca expectativa de vida que este tumor apresente, em média, cinco anos após ser diagnosticado.

Carcinoma adenóide cístico

É o segundo mais comum e não está diretamente relacionado ao consumo de cigarros. A frequência de aparecimento é indistinta entre homens e mulheres, mas é considerada um caso muito mais tratável do que o carcinoma de células escamosas.

O tumor geralmente invade a mucosa interna da traquéia, passando por ela e aderindo a outros tecidos do pescoço.

Estima-se que 75% dos casos apresentem-se livres da doença após 5 anos de terapia, entretanto, após 10 ou 15 anos o reaparecimento do tumor tornou-se comum.