Quais são as diferenças entre Estado e Nação?

As diferenças entre estado e nação são notáveis, embora muitas vezes esses termos sejam usados ​​como sinônimos de maneira errada.

Um estado é aquela entidade política e administrativa na qual uma sociedade decide se agrupar em um território. Os estados são apoiados por três elementos básicos: população, soberania e território. A população exerce soberania em todo o território, que por sua vez é controlado por um governo, que pode ser eleito pelos seus habitantes.

Por outro lado, uma nação é um povo. Ou seja, uma sociedade que compartilha linguagem, cultura e uma história comum, que adquiriu uma identidade que a diferencia, em maior ou menor grau, de outras nações.

A confusão entre esses dois termos é que a atual sociedade em que vivemos é dominada por estados-nação. Isso porque esses dois conceitos fizeram simbiose; Na maioria dos casos, estados foram formados onde costumava haver nações. Às vezes, eles são usados ​​como sinônimos. Por exemplo, a ONU é a Organização das Nações Unidas, mas tem estados membros.

As fronteiras das nações podem ultrapassar as fronteiras que os estados delimitaram entre si através de diferentes conflitos políticos e militares. Também dentro de um estado pode existir várias nações que, em um determinado momento na história, acabaram se reunindo em um único país.

Atualmente, existem estados que rejeitam qualquer possibilidade que ameace a identidade nacional majoritária, enquanto outros aceitam a pluralidade e a promovem. Os mapas são vítimas de mudanças frequentes com a criação de novos estados. As nações são muito mais estáveis ​​no tempo.

Povos como o italiano ou o alemão existem há séculos com uma identidade consolidada, embora a criação de seus estados seja recente. Você também pode estar interessado em conhecer os tipos de nacionalismo que existem, já que é um sentimento muito relacionado ao conceito de nação.

4 diferenças fundamentais entre estado e nação

1- A nação é uma organização social, o estado é uma organização política

Definir cultura é uma tarefa titânica, porque existem centenas de conceitos formulados por diferentes autores ao longo da história. Apesar disso, é possível enquadrar a relação entre cultura e nação.

Esses dois elementos não estão diretamente relacionados, mas geralmente vêm juntos. Uma nação tem uma configuração cultural definida, embora compartilhe traços com outras nações (Ghai, nd).

Pelo contrário, um estado não entende culturas. Embora sua atuação possa ser mediada por ele, o Estado é responsável por garantir a soberania de seu território e outorgar os direitos estabelecidos à população residente nele.

2- Estados exigem território, nações não

Como os estados são uma instituição política que estabelece um governo, o poder deve ser exercido sobre um território. Há o caso da Ordem de Malta, que é um estado sem território, porque ao longo da história ficou sem ela, mas para existir um Estado deve ter um território constituído.

Uma nação passa pelo território de um estado. Autores como Paul (1996) indicam que se poderia até considerar a existência de uma nação árabe, composta por mais de doze estados. Enquanto isso acontece, na Espanha, várias de suas comunidades autônomas, como a Catalunha, o País Basco, a Galiza e a Andaluzia, são reconhecidas como nacionalidades históricas.

3- Estados variam mais rápido que nações

Muitos estados têm disputas fronteiriças, nas quais muitas partes do território são disputadas. Esses territórios disputados podem ter uma nação definida, que não mudará imediatamente, independentemente de quem exercer soberania sobre o território.

A ONU foi fundada após a Segunda Guerra Mundial com 51 estados que hoje somam 193, o que indica que o crescimento dos estados foi exponencial em pouco mais de meio século, sem que isso implique um estabelecimento de estados-nação.

4- Estados são criados, nações não

Em determinado momento, os líderes de cada país concordaram em fundá-lo ou torná-lo independente, aprovando uma carta magna ou algumas normas fundamentais que indicam como é o estabelecimento de um governo.

Pelo contrário, as nações se conformam ao longo do tempo e devem sua constituição por causa da evolução e não de eventos e eventos específicos.

A globalização encorajou a indefinição das nações, embora elas continuem a evoluir em seu próprio ritmo e devido a fatores diferentes, que influenciam todos os tipos de elementos, como o domínio cultural que um país tem sobre o outro.

Origem da relação entre estado e nação

Os conceitos de nação e estado nem sempre foram tão relacionados. Atualmente, a quantidade de colônias no mundo é reduzida. Mas na Idade Moderna e em grande parte do Contemporâneo, continentes como a Ásia e a América foram totalmente colonizados.

Naquela época, um estado foi imposto, mas devido às diferenças sociais marcadas pela raça, o conceito de nação era difuso. Em muitos casos, com a independência de muitas colônias, os estados surgiram antes das nações, que depois se agruparam para formar diferentes identidades. De fato, ainda existem muitas nações sem estado.

Critérios para definir esses dois conceitos

Em 1933, foi aprovada a Convenção de Montevidéu, que estabelece os requisitos que qualquer estado deve ter. Nesse sentido, definiu-se que, para um estado ser considerado como tal, deve ter uma população permanente, um território definido, um governo estabelecido e a capacidade de estabelecer relações com outros estados.

Além disso, há países que não se reconhecem, mas isso não deixa de ser estados, segundo a convenção (Olson, sd).

Definir os limites das nações é mais complicado. Estes são definidos por Benedict Anderson como "comunidades imaginárias". Uma nação pode ser disseminada por vários estados, como no caso do Curdistão, e anseia pela constituição de um estado próprio (Paul, 1996).

No entanto, autores como Walby (2003) afirmam que embora existam muitos estados, existem muito poucos estados-nação e haverá cada vez menos como resultado da globalização.