O que é uma inferência? Tipos e principais características
Uma inferência é uma conclusão ou opinião que é atingida levando em conta evidências ou fatos conhecidos. Na lógica, uma inferência é definida como o processo de derivar consequências lógicas das suposições assumidas.
Uma premissa também é definida como uma proposição dada como verdadeira e da qual uma conclusão é tirada.
Em alguns casos, a inferência não é logicamente derivável das suposições assumidas, mas tem um certo grau de probabilidade em relação a essas suposições.
A palavra inferência vem do latim medieval inferentia que significa "carregar". Este termo é frequentemente usado como sinônimo de argumento.
A inferência é um mecanismo pelo qual o raciocínio acontece. Estes dois andam de mãos dadas, e é essencial seguir um processo de inferência apropriado para garantir a validade do raciocínio.
Contribuição de Charles Peirce
A pesquisa sobre inferência e argumentos foi enriquecida pelo trabalho do filósofo e matemático Charles Sanders Peirce (1839-1914).
Ele fez contribuições significativas para a teoria e metodologia da indução e descobriu um terceiro tipo de raciocínio ou inferência: a abdução.
Assim, a classificação de Peirce englobou três tipos de inferência essencialmente distintos, mas não totalmente independentes: dedução, indução e abdução.
Embora nos últimos estágios de sua vida ele as tenha considerado como três estágios diferentes de pesquisa, em vez de diferentes tipos de inferência, essa classificação ainda é mantida.
Os 3 tipos de inferência
1- Dedução
A dedução é o processo de derivar uma conclusão dos axiomas e fatos dados. Isto é, tirar uma conclusão com base no conhecimento e observações disponíveis.
A conclusão pode ser tirada aplicando a regra do modus ponens . Esta regra de inferência afirma que, se sabemos que P e P → Q são verdadeiras, podemos concluir que Q também deve ser verdadeiro. A inferência por dedução é também conhecida como inferência lógica.
Exemplo
Axioma: Todos os mamíferos possuem glândulas mamárias.
Fato / premissa: as baleias são mamíferos.
Conclusão: As baleias têm glândulas mamárias.
2- Indução
Por outro lado, indução implica derivar uma regra geral (também chamada de axioma) de observações particulares ou específicas.
Esse tipo de raciocínio é o oposto do dedutivo. Basicamente, isso significa extrair conclusões ou inferências de vários dados, indo do específico para o geral. Os cientistas usam o raciocínio indutivo para formar hipóteses e teorias.
Exemplo
Dados:
- Juan dorme menos de seis horas e acorda cansado.
- Lucia dorme menos de seis horas e acorda cansada.
- María dorme menos de seis horas e acorda cansada.
- Carlos dorme menos de seis horas e acorda cansado.
Inferência: Se uma pessoa dorme menos de seis horas, acorde cansado.
3- Abducção
Esse tipo de inferência é baseado em um conjunto incompleto de observações, resultando na explicação mais provável possível.
Baseia-se em fazer e testar hipóteses usando as melhores informações disponíveis. Freqüentemente envolve fazer uma suposição depois de observar um fenômeno para o qual não há uma explicação clara.
Exemplo
Um exemplo disso é o diagnóstico médico baseado nos resultados dos testes. Outro exemplo são as decisões dos júris nos julgamentos, com base nas evidências apresentadas a eles.