Estética (filosofia): História, características, autores

A estética corresponde a um dos ramos da filosofia que explora tudo relacionado à beleza das coisas. Até mesmo a filosofia da arte também tem um relacionamento próximo.

Esse termo é complexo, porque está ligado a uma série de preceitos e juízos pessoais do que consideramos feio, belo, elegante, sublime, belo. Esses julgamentos, por sua vez, são condicionados por nossas experiências pessoais e por como percebemos o mundo.

Embora a estética esteja ligada a tudo relacionado à beleza e à arte, esse conceito também tem a ver com a percepção das coisas em geral.

É um reflexo daquilo cuja beleza apreciamos, embora sempre haja um componente subjetivo, uma vez que emoções e sensações muito pessoais estão envolvidas.

História

Embora o termo começou a ser conhecido a partir de meados do século XVIII, por parte de Alexander Gottlieb Baumgarten, como uma forma de expressar o que tinha a ver com o estudo da beleza e da arte, a estética passou a ser objeto de estudo para alguns filósofos gregos como Platão e Aristóteles.

Estética em Platão e Aristóteles

Para Platão, a estética tinha a ver com a capacidade do homem de criar belos objetos que destacariam algumas características essenciais, como proporção, harmonia e unidade. No entanto, foi Aristóteles quem adicionou um componente chave que é considerado até hoje: simetria.

Com o passar do tempo, esse conceito também estava ligado à religião. Por exemplo, de acordo com os preceitos do Islã, nenhum trabalho feito pelo homem é comparável a Allah, enquanto no caso dos hindus a experiência da beleza tinha um componente espiritual que poderia ser representado através de símbolos.

Do outro lado do mundo, filósofos chineses como Confúcio analisaram os significados complexos da estética. Eles consideraram que tanto a arte quanto a poesia eram meios que o homem usava para expressar sua natureza interior.

Idade Média

Com a chegada da Idade Média e do cristianismo, arte, estética e religião andaram de mãos dadas para celebrar a obra de Deus na terra.

O auge do Renascimento foi alcançado graças ao patrocínio da Igreja Católica, razão pela qual o componente teológico é forte.

Alguns pensadores da época adotaram o conceito de estética e tentaram estudá-lo separadamente, sem considerar a arte. Tomás de Aquino e Pedro Abelardo, por exemplo, consideravam a beleza do rosto e do corpo humano.

Por outro lado, no século XVIII, filósofos como Jean-Jacques Rousseau, diziam que o conceito do belo não tinha apenas a ver com o homem ou a arte, mas também com a natureza.

Modernidade

Georg Hegel é aquele que toma a estética e traduz o termo para o campo da arte, já que segundo suas premissas, é este o terreno onde a manifestação do espírito do homem é possível, reunindo o harmonioso e o simétrico.

No entanto, é Emmanuel Kant que afirma que para definir se algo é bonito ou não, requer um conjunto de julgamentos que nos ajudem a estabelecer o propósito ou propósitos do que percebemos.

Em sua obra, Crítica do Juízo, Kant indica que, para alcançar tal reflexão, o processo interno do sujeito é importante; isto é, o entendimento que esse objeto produz e as sensações que ele gera.

Século XX

No século XX começa a gênese de um movimento que questiona os parâmetros do que é considerado bonito e feio, para fazer um exercício de reflexão sobre estética e arte.

O dadaísmo, por exemplo, seria uma escola artística que questionaria esses preceitos a partir da perspectiva da colagem como uma expressão da natureza fragmentada da disciplina.

Andy Warhol transformaria a realidade através da manipulação de fotos e da serigrafia, e os artistas modernos incluiriam materiais não convencionais para gerar peças abstratas longe do figurativo.

Outras críticas também se manifestariam através do surrealismo e do expressionismo, a fim de remover os sentimentos mais sombrios do ser humano. O sem graça seria uma corrente que serviria para rejeitar o já estabelecido.

Qualidades estéticas

As qualidades estéticas dos objetos de acordo com a estética são:

- Qualidades sensoriais : referem-se à sensação agradável gerada pelo objeto quando é percebido por um dos sentidos. O que importa é que deve ser agradável para o indivíduo.

- Qualidades formais : têm a ver com a conjugação dos elementos que compõem o todo. Por exemplo; em uma pintura, o contraste de cores e formas.

- Qualidades vitais : referem-se às sensações e emoções geradas pelo que percebemos. Também leve em conta os significados intrínsecos e suas dimensões.

Autores

Ao longo da história, tem havido um número de pensadores, filósofos e artistas que imprimiram suas interpretações sobre estética para ajudar a entender melhor este conceito. Alguns dos mais importantes são:

- Platão : leve em conta que a beleza também está relacionada à capacidade criativa do ser humano.

- Aristóteles : introduz os elementos universais da beleza, que são ordem, simetria e definição.

- Edmund Burke : estabelece a distinção entre diferentes conceitos de estética que permitem a separação das percepções pessoais das que pertencem à maioria.

-Georg Hegel : a forma de beleza tem a ver com a aparência de elementos como regularidade, simetria e harmonia.

- Martin Heidegger : quem indica a diferenciação entre arte e beleza. O primeiro tem a ver com lógica e o segundo, com o estudo da estética.

-Emmanuel Kant : o entendimento da estética não é apenas por meio da forma ou das sensações que ela produz, mas também pela imaginação que nos desperta. Além disso, afirma que a beleza tem a impossibilidade de ser medida porque sua interpretação sempre variará em cada sujeito.

- Sir Sircello : em estudos recentes de estética, Sircello se concentra na análise da beleza, do amor e do sublime.

Vale ressaltar que nos últimos anos, pensadores e teóricos incluíram na análise da estética tudo relacionado à comunicação, o avanço do mundo cibernético e da matemática.