Filosofia de Sócrates: Princípios e Destaques

A filosofia de Sócrates consiste em elementos que estão interligados em sua base mais fundamental: a idéia de o homem "conhecer a si mesmo" - e, portanto, saber o que é a natureza humana boa e justa - e o reconhecimento da natureza humana. ignorância, que abre o caminho para a possibilidade de apreender novas e mais precisas sapiencias.

Sem dúvida, Sócrates é um dos maiores filósofos gregos da história e suas contribuições ainda estão sendo estudadas devido à importância e particularidade de suas perspectivas, entre as quais é importante mencionar sua busca constante pelo conhecimento verdadeiro e pelo método dialético insubstituível.

No entanto, nem tudo é tão simples com este filósofo relevante, principalmente por causa da antiguidade de seus ensinamentos e, em segundo lugar, porque ele nunca escreveu um livro em suas próprias palavras. Isso é chamado de "problema socrático", que será explicado em detalhes na próxima seção.

O problema socrático

Acadêmicos e filósofos, todos concordam que a figura de Sócrates e, conseqüentemente, todo o seu pensamento, pode não ter sido inteiramente sua. Sócrates nunca incorporou sua filosofia no texto e a única coisa que é escrita sobre ele é o produto de seus seguidores, como Platão e Xenofonte.

Muitos pensadores ousam dizer que Platão chegou a colocar em Sócrates os seus próprios pensamentos, especialmente nos últimos livros que escreveu. Por causa disso, é muito difícil discernir entre o que seus discípulos pensaram e o que Sócrates realmente defendeu e acreditou.

No entanto, é tudo o que você tem da filosofia dele. Portanto, não há escolha a não ser tomá-la como verdadeira, sempre tendo em mente que, se surgir alguma contradição, é provável que ela tenha vindo daqueles que escreveram sobre ela e não do próprio Sócrates.

Princípio fundamental de Sócrates: desenvolvimento da dialética

O principal princípio filosófico de Sócrates era seu método dialético. Sócrates estudou profundamente temas relacionados à cosmologia e outras variantes que o ajudariam a entender o universo e o mundo em que vivemos.

No entanto, sua decepção em relação ao método científico aplicado nessas ciências naturais, juntamente com a grande rejeição às perspectivas relativistas que os sofistas ensinavam naquela época, o fizeram decidir procurar o caminho para alcançar as definições universais de todas as coisas.

Para Sócrates, as definições essenciais não eram uma questão relativa, então ele gerou um método indutivo através do qual se poderia chegar ao verdadeiro conhecimento do mundo e de seus elementos. Segundo ele, a verdade era a mesma, independentemente do lugar ou do indivíduo.

Dessa forma, ele começa a aplicar o que seria chamado de método socrático. Com isso, Sócrates pretendia dialogar com amigos e conhecidos sempre visando a definição universal.

O método consistia em duas partes: a ironia, por meio da qual o homem percebe sua própria ignorância das coisas; e maiêutica, que consistia em perguntas e respostas cada vez mais específicas, até alcançar um conhecimento específico.

Para Sócrates, era extremamente importante que o indivíduo reconhecesse sua própria ignorância, pois sem esse passo não haveria espaço para a verdade.

Depois que a pessoa com quem ele estava conversando aceitou sua ignorância sobre um tópico, Sócrates estava empenhado em fazer perguntas que seu parceiro respondesse por conta própria, cada vez determinando mais o tópico principal.

Sócrates usou esse método dialético pelo resto de sua vida. Isso é evidente em quase todos os livros de Platão, que representam seu professor dialogando com diferentes personagens sobre diferentes tópicos que ele estava tentando definir.

Principais crenças filosóficas de Sócrates

Já sabendo que a filosofia de Sócrates é difícil de separar das crenças de Platão, através dos textos do último pode estabelecer certas verdades que Sócrates defendia.

Algo que é dado como certo é que a maioria de seus argumentos e opiniões eram completamente diferentes das dos seus colegas atenienses, tanto na política quanto na moral e ética.

Sócrates manteve e divulgou a necessidade de os homens "cuidarem de suas almas" sobre as prioridades atuais, que incluíam se preocupar com uma carreira, uma família ou mesmo uma jornada política na cidade.

Moralidade e virtude

Para Sócrates, a moralidade era a base da vida do homem. Se o homem soubesse que ele era bom, belo e justo, ele não agiria de outra maneira, mas realizando atos que promulgassem e produzissem resultados dessa linhagem.

Este filósofo grego foi reconhecido por sua ironia e moralidade, bem como por ter uma clara consciência de sua própria ignorância sobre as questões que tratou. Daqui deriva o uso do método dialético, em que sempre foi seu interlocutor que respondeu suas perguntas.

Desta forma, ele conseguiu espalhar seu conhecimento entre amigos próximos, com a intenção de estimular suas próprias buscas por virtude e sabedoria. Da mesma forma, ele acreditava que a verdadeira felicidade vinha de ser moralmente correto; isto é, que somente o homem moral poderia realmente viver uma vida feliz.

Finalmente, Sócrates defendia a idéia de que havia uma natureza humana universal, com valores igualmente universais, que todo homem poderia usar como guia para agir moralmente dia a dia.

A parte mais importante desta teoria socrática? O desejo e a iniciativa do indivíduo em conhecer essa natureza constante e direta.

Política

Para Sócrates, as idéias e as verdadeiras essências das coisas pertencem a um mundo que só o homem sábio pode alcançar, por isso manteve firmemente uma posição segundo a qual o filósofo era o único homem apto a governar.

Se Sócrates concordou ou não com a democracia é uma questão controversa. Embora seja muito claro que Platão criticou essa forma de governo, não é certo que Sócrates diria o mesmo: é bem possível que muitas das sentenças e sentenças que o último fez contra a democracia fossem apenas o produto criativo de Platão.

Misticismo

Outra face importante da filosofia de Sócrates era o misticismo. Sabe-se que Sócrates praticava a adivinhação e que ele era muito próximo de Diotima, uma sacerdotisa a quem ele atribui todo o seu conhecimento do amor.

O filósofo também é reconhecido por dialogar sobre religiões misteriosas, reencarnação e até mitos e lendas que podem ser consideradas irreais e sem sentido.

Da mesma forma, Sócrates mencionou inúmeras vezes (sempre através dos diálogos de Platão) a existência de uma voz ou sinal misterioso que foi sentida quando ele estava prestes a cometer um erro.

Embora muitos argumentem que esse sinal não era nada mais do que a fenomenologia de sua própria intuição, tudo parece sugerir que Sócrates o considerava de origem divina e não dependente de seus pensamentos ou crenças.