As 8 conseqüências da mais importante revolução francesa

Entre as consequências mais notáveis da Revolução Francesa, encontramos a passagem do sistema feudal para o capitalista, o fim do mayorazgo, a nacionalização dos bens da igreja ou a implantação dos princípios da República.

Durante a segunda metade do século XVII e sob o domínio de Luís XVI, o povo francês, cansado do gasto excessivo da corte e de seu estilo superficial, desencadeou uma crise que se transformou numa revolução que terminou com a morte dos reis e o restabelecimento da República. .

Paralelamente à vida banal da qual os reis do país gaulês se gabavam, o mundo despertou para um novo conceito de sistema e filosofia. Novas formas de conhecimento tomaram a mente de muitos franceses; a era do Iluminismo começou.

A nova corrente de pensamento, baseada na razão, promoveu nos cidadãos a desconfiança da autoridade e motivou-os a pensar por si mesmos.

Deste modo, as enormes diferenças entre os privilégios da monarquia e as necessidades dos pobres tornaram-se conscientes e evidentes.

Por outro lado, os Estados Unidos pediram à França seu apoio à independência do Reino Unido.

A França decidiu apoiar sua campanha gerando uma crise econômica no interior do país e, como resultado, a imposição de novos impostos às pessoas em necessidades básicas, como a farinha.

O pão era o alimento básico da cidade pelo que o estado de insatisfação transbordou rebentando portanto a rebelião e, com a tomada da Bastilha, o começo da Revolução Francesa.

Consequências sociais, econômicas e políticas da Revolução Francesa

1- A nova constituição

A revolução rompeu a hegemonia da monarquia feudal e abriu caminho para a emissão de uma nova constituição que determinava a monarquia constitucional como forma de governo; o poder já não residia em Deus, mas nas pessoas.

A nova constituição acabou por constituir os pilares de uma grande declaração para o mundo: os direitos do homem. Entre eles, foram considerados básicos como liberdade, igualdade e fraternidade, os chamados princípios da República.

A Declaração dos Direitos do Homem promove em seus artigos liberdade individual de pensamento, imprensa e credo; igualdade, que exige ser garantida ao cidadão pelo Estado nas esferas legislativa, judicial e fiscal; e a garantia de segurança e resistência contra ações de opressão.

A servidão, os privilégios do clero e da nobreza chegaram ao fim com a nova constituição e a separação dos três poderes públicos: executivo, legislativo e judicial que retornou ao país.

2- Da economia feudal à economia capitalista

O modelo de economia feudal teve que se ajustar a um sistema econômico capitalista que funciona na França até hoje.

No modelo feudal, a corte e seus amigos eram os donos da terra e quem quisesse trabalhar tinha que pagar por isso, estabelecendo com ela uma série de divisões sociais hierárquicas.

Os feudais ofereciam proteção em troca de trabalho duro e os lucros da produção na terra correspondiam ao proprietário, neste caso o senhor feudal.

A proteção que esses senhores ofereciam aos camponeses supunha que eles perdessem praticamente todos os seus direitos; eles viviam para servir seus mestres. Com a nova forma de governo, foi criado um sistema para distribuir a terra e torná-la produtiva sob um modelo de equidade.

A burguesia e os camponeses receberam parcelas como pagamento por sua contribuição ao projeto da revolução e, no processo, asseguraram sua fidelidade ao novo modelo político.

3- Nacionalização dos ativos da igreja

A Revolução Francesa contribuiu para a separação entre Igreja e Estado; assim, os cidadãos não devem mais obedecer à Igreja se sua consciência assim o exigir. A Igreja, como instituição, perdeu todo o poder e grande parte de seus privilégios.

Sob esse novo contexto, foi possível apreender a propriedade eclesiástica e declará-la patrimônio nacional. Muitas dessas propriedades foram vendidas e o dinheiro foi usado para pagar as despesas do estado.

Foi também aprovado o pagamento de um salário aos sacerdotes para forçá-los a cumprir suas obrigações fiscais como o resto dos franceses.

4- Extensão dos ideais para a América Latina

A Revolução Francesa foi a inspiração para a libertação de muitas nações. A corrente do Iluminismo atraiu a atenção dos líderes revolucionários da América.

Muitos deles viajaram para a Inglaterra ou a França para se prepararem política e militarmente e iniciar suas campanhas revolucionárias em seus territórios.

5- Um novo imperador nasce

Embora a Revolução Francesa trouxe ares de liberdade e democracia, também despertou a ambição de Napoleão Bonaparte.

Em seu esforço para trazer os novos ideais em todo o mundo, ele se tornou um novo imperador, a quem o poder o levou a criar uma espécie de ditadura que os iluminados do momento nunca imaginaram.

As conquistas de Napoleão tiveram um impacto tão grande que a revolução e as idéias de nacionalismo, patriotismo e democracia se espalharam por toda a Europa.

6- Fim do mayorazgo

Com os novos direitos, os herdeiros passaram a ter igualdade na distribuição dos bens. A idéia de considerar os bens indivisíveis herdados por um sobrenome representado no filho mais velho da família foi abolida.

7- O poder nas mãos da burguesia

As pessoas esclarecidas que participaram e promoveram a Revolução Francesa disputariam o poder.

A tentativa por parte de um setor político de manter alguns dos privilégios que a monarquia sustentava fez com que muitos dos homens mais capazes morressem em confrontos e finalmente governassem a burguesia.

Essa burguesia, composta de funcionários e mercadores que ajudaram a causa revolucionária, permaneceu com o poder sob o império napoleônico.

8- Um novo sistema métrico

A necessidade de construir novas instituições sob um esquema puramente racional levou os cientistas da época a criar um novo sistema de mensuração para padronizar as questões comerciais e tributárias.

No ano de 1799, os padrões de metro e quilograma foram introduzidos e eles foram implantados na França no ano de 1801, para depois serem estendidos ao resto da Europa.