10 conseqüências da revolução mexicana
Entre as conseqüências mais notáveis da Revolução Mexicana estão a promulgação de uma nova constituição, a restauração de certos direitos trabalhistas, novas políticas agrárias, a recuperação da liberdade de culto ou a nacionalização do petróleo.
A revolução começou em 20 de novembro de 1910, 34 anos depois que o general Porfirio Díaz conseguiu, após duas tentativas, tornar-se presidente e impor seu modelo de governo popularmente conhecido como "porfiriato".
Embora durante esse período o crescimento da economia fosse evidente, isso não se traduziu no bem-estar da população total e apenas um privilegiado desfrutou de uma boa qualidade de vida.
O país desenvolveu-se a um preço enorme: os índios e camponeses perderam suas terras porque foram forçados a vendê-los para torná-los produtivos.
A nova situação gerou nos estados populacionais de insatisfação que tiveram como resposta repressão e intimidação.
Em 1910, o povo mexicano esperava derrotar o porfiriato nas urnas, mas, sob repressão, manipulou o processo eleitoral e tomou um novo mandato presidencial.
Sem dúvida este foi o fato que deu origem à crise do Porfiriato e depois à Revolução Mexicana com a luta de vários grupos, alguns políticos e outros armados.
Consequências sociais, econômicas e políticas da Revolução Mexicana
1- Derrubar da ditadura
A Revolução Mexicana conseguiu derrubar o ditador Porfirio Diaz e acabar com os privilégios criados para seu círculo familiar e amigos.
Com a queda do regime, a democracia foi restaurada e foi possível criar novas normas enquadradas em um estado de direito, com total respeito pelos três poderes públicos.
Mas, apesar dos avanços no nível político, era impossível impedir o caos político após a revolução produto dos interesses dos diversos grupos rebeldes.
2- Promulgação de uma nova constituição
Durante dois meses, na cidade de Querétaro, foi elaborada uma nova constituição que concedia direitos individuais a todos os mexicanos. ç
O voto universal e direto foi criado, a escravidão foi proibida, a educação secular foi estabelecida para escolas oficiais e privadas, e a criação de um Congresso com duas câmaras, uma para senadores e outra para deputados, também foi permitida.
3- Restauração dos direitos trabalhistas
Graças à Revolução Mexicana, a liberdade de trabalho foi estabelecida e um sistema de proteção trabalhista para os trabalhadores foi implementado, garantindo um máximo de oito horas por dia de trabalho, um dia de descanso por semana e férias.
Além disso, foram aprovados padrões para garantir condições dignas em termos de remuneração e qualidade de vida.
4- Liberdade de culto
As novas reformas permitiram que os mexicanos vivessem livremente suas crenças e cultos.
O poder da religião católica era limitado, proibindo os votos religiosos e o estabelecimento de ordens religiosas.
Os cultos eram gratuitos, mas só podiam ser realizados dentro dos templos ou casas particulares.
A liberdade de expressão também foi decretada, o poder cultural foi democratizado, deixando de ser patrimônio dos "cientistas" que apoiavam o porfiriato.
5- Uma lei de reforma agrária foi criada
Em 1910, as terras mexicanas estavam concentradas em apenas 5% da população; em 1912, alguns líderes militares revolucionários fizeram os primeiros negócios de terras.
Três anos depois, as três forças revolucionárias mais importantes, constitucionalismo, villismo e zapatismo, promulgaram as leis agrárias.
Com a reforma, foi possível devolver a terra aos camponeses e indígenas, cuja propriedade havia sido desapropriada.
Além disso, ao longo dos anos, foram feitas tentativas para garantir programas de desenvolvimento rural focados em pequenos e médios produtores, reduzindo assim os privilégios para os grandes proprietários.
Entre 1911 e 1992, estima-se que 100 milhões de hectares foram destinados a camponeses e indígenas.
6- Expansão da educação
O sistema educacional estadual foi orientado a exaltar os valores cívicos e democráticos universais do homem, para promover o conhecimento, a defesa e o respeito pelos direitos humanos.
Também foi promovido para promover o trabalho produtivo para uma convivência social harmoniosa, além de buscar o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação.
A autonomia da universidade pública foi reconhecida e os incentivos foram concedidos ao ensino superior. Também foi alcançado que a educação básica era secular e gratuita, com serviços de qualidade e acesso universal.
7- Nacionalização do petróleo
Todas as empresas petrolíferas exploradoras e exploradoras tiveram que prestar contas ao governo que impeliu a restituição das riquezas do subsolo à nação cedida aos proprietários durante o mandato de Porfirio Diaz.
O Congresso Constitucional estabeleceu a diferença entre a propriedade da terra e o subsolo, observando que a primeira poderia ser constituída em propriedade privada, mas o subsolo e suas riquezas pertenciam ao domínio direto, inalienável e imprescritível da nação, que poderia ter concessionários para sua propriedade. exploração e exploração.
8- Expropriação de ferrovias
A revolução deixou as redes ferroviárias em ruínas criando o contexto certo para criar em 1937 a Empresa Ferrocarriles Nacionales de México, fundindo diferentes capitais, principalmente estrangeiros, como Internacional, Interoceânica, Pan-Americana e Veracruz.
9- Deslocamento da população
O fechamento de numerosas empresas privadas reduziu a taxa de emprego e, por essa razão, centenas de mexicanos tiveram que se mudar para outras áreas, principalmente para Michoacán e Jalisco.
Para o ano de 1930, os efeitos da Grande Depressão no mundo e os reduzidos incentivos às iniciativas privadas geraram uma forte crise econômica que o Estado não conseguiu controlar apesar da nacionalização de diversos produtos e serviços.
10- Desvalorização da moeda
No ano de 1916, foi emitida uma nova moeda que estava em circulação apenas alguns meses.
O fechamento de empresas produziu uma redução das exportações e para o país foi impossível obter um crédito externo. Estas foram algumas das causas de uma desvalorização acelerada da moeda.
Retribuições
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- Brenner, A. et alt. (1984). O vento que varreu o México: a história da Revolução Mexicana de 1910-1942. Universidade do Texas Press.
- Abat Ninet A. Centenário da Constituição de Querétaro. Revolução e Constituição, aspectos originais e sugestivos na perspectiva do direito constitucional comparativo. Assuntos Constitucionais, Revista Mexicana de Direito Constitucional, 2017, Vol 36.
- Fox J. Como a sociedade civil engrossa? a construção política do capital social no México rural. Volume 24, junho de 1996, páginas 1089-1103. Universidade da Califórnia, Santa Cruz, EUA
- Koppes C. A boa política de vizinhança e a nacionalização do petróleo mexicano: uma reinterpretação. O Jornal da História Americana. Vol. 69, No. 1 (Jun. 1982), pp. 62-81.