10 atividades para crianças com paralisia cerebral

Neste artigo vamos discutir 10 atividades para crianças com paralisia cerebral que podem ser úteis para melhorar habilidades e qualidade de vida.

A paralisia cerebral é um grupo de distúrbios do desenvolvimento do movimento e da postura que causam uma limitação acentuada da atividade.

Esta doença origina-se de uma agressão não progressiva em um cérebro em desenvolvimento, isto é, devido a algum dano produzido durante o período fetal ou nos primeiros anos de vida.

A etiologia da paralisia cerebral pode ser atribuída a diferentes fatores. Em geral, estes podem ser divididos em três grupos principais: fatores pré-natais, fatores perinatais e fatores pós-natais.

Com relação aos fatores pré-natais, destacam-se alterações na coagulação, doenças autoimunes ou infecção intrauterina da mãe, alterações na placenta como trombose ou alterações vasculares e fatores fetais como polidrâmnio.

Os fatores perinatais mais comuns são prematuridade, baixo peso ao nascer, febre materna durante o trabalho de parto, hipoglicemia sustentada e hemorragia intracraniana.

Finalmente, a paralisia cerebral desenvolvida quando a criança já nasceu geralmente se deve a infecções, lesões cerebrais traumáticas, estado convulsivo, intoxicações ou paradas cardiorrespiratórias.

Deve-se ter em mente que nem todas as paralisias cerebrais são as mesmas, uma vez que existem diferentes tipos.

Assim, podemos encontrar tetraplegia (envolvimento dos membros superiores e inferiores), disparesia (maior envolvimento dos membros superiores), hemiparesia (envolvimento de ambos os membros de um lado do corpo) e monoparesia (envolvimento de um único membro).

No entanto, independentemente do tipo de paralisia cerebral sofrida e dos fatores etiológicos do transtorno, é inquestionável que esta doença causa grande incapacidade para a criança.

Por essa razão, a realização de atividades desde os primeiros estágios da vida é essencial para estimular os déficits da criança e estimular o desenvolvimento físico e mental.

Atividades para crianças com paralisia cerebral

1- Aprenda a controlar a cabeça

A primeira atividade que deve ser feita para estimular o desenvolvimento de uma criança com paralisia cerebral reside no controle da cabeça.

Para uma criança se levantar, girar, sentar, engatinhar ou fazer qualquer movimento, antes de tudo você deve desenvolver um certo controle sobre sua cabeça.

Essa tarefa é difícil para todos os recém-nascidos, pois o tamanho e o peso da cabeça, em comparação com o resto do corpo e sua força, é muito alto.

No entanto, para crianças com paralisia, essa atividade é ainda mais complexa, por isso os pais devem trabalhar e treinar essa ação com o bebê.

Então, antes de ensinar a criança a se mexer, virar ou sentar, você tem que fortalecer o controle sobre sua cabeça.

Para fazer isso, a criança deve ser encorajada a levantar a cabeça quando deitada de bruços. Essa ação pode ser feita chamando a atenção para objetos ou cores brilhantes.

Se você perceber que a criança tem dificuldade em levantar a cabeça por causa da fraqueza das regiões do seu corpo, geralmente é útil colocar um cobertor dobrado sob o peito e os ombros.

No caso em que a criança não pode se levantar, pegue-a e encaixe-a em seu peito para que ela esteja praticamente assentada. Com essa postura, será mais fácil levantar a cabeça.

Uma vez de costas, a criança deve ser agarrada pelos ombros e levantada com delicadeza até a cabeça cair ligeiramente para trás. Essa ação deve ser feita com cautela e deve ser evitada se a cabeça for muito afetada.

Finalmente, outra ação que permite desenvolver essa atividade é colocar o mamilo (ou a mamadeira) próximo aos lábios, em vez de mantê-lo na boca, para que a criança se aproxime da comida sozinha.

2- Aprenda a virar e virar

Somente quando a criança já tem um bom controle de sua cabeça, você pode começar a praticar a atividade de girar e girar.

Para realizar essa ação, podemos começar como na atividade anterior, chamando a atenção da criança quando ela está deitada.

Uma vez que você chama sua atenção com um brinquedo, você deve balançá-lo para o lado para que a criança vire a cabeça.

Se depois de várias tentativas a criança não executar a ação, ele pode ser ajudado levantando uma perna.

Uma vez que a criança tenha dominado esse movimento, ele pode ser ensinado a virar para o lado, deitado de costas.

Neste caso, você terá que acomodar a criança com a face para cima e oferecer-lhe um brinquedo, por um lado, encorajando-o a voltar para buscá-lo.

3- Pratique a coordenação entre os olhos e as mãos

Uma das características das crianças com paralisia cerebral é que, muitas vezes, elas não possuem a retenção de preensão nos primeiros meses de vida.

Então, se você colocar seu dedo perto dele, ele provavelmente não irá segurá-lo com a mão até os estágios posteriores.

Esse fato pode interferir no desenvolvimento da criança, por isso é importante praticar essa atividade.

Para tanto, é necessário observar primeiro se o bebê sempre tem a mão fechada. Se sim, deve ser esfregado suavemente com a mão do dedo mindinho ao pulso.

Esse fato fará com que você abra sua mão e, provavelmente, segure seu dedo.

No caso de a criança não fechar a mão, é útil pegar um objeto para colocá-lo na mão, fechá-lo para segurá-lo e soltar a mão lentamente para manter a pegada.

4- Estimular o controle do corpo

Quando os bebês controlam a cabeça, eles começam a se sentar e se mexer.

No entanto, para se sentar bem, a criança precisa controlar seu corpo, usar as mãos e o equilíbrio.

A aparência dessas habilidades geralmente é atrasada em crianças com paralisia cerebral, por isso é conveniente praticá-las e ajudá-las a desenvolvê-las.

Para fazer isso, é eficaz sentar a criança e, quando ela cai, ensiná-lo a parar de espalhar seus braços.

Uma atividade útil para praticar essa ação é colocar a criança de bruços em um tronco, segurar o quadril e cercá-lo lentamente para os lados.

Ao fazer isso, você deve incentivar a criança a parar quando ela estiver equilibrada com a ajuda da mão. Essa mesma ação também pode ser feita colocando a criança em sua barriga.

Quando a criança consegue segurar-se enquanto está deitada, a mesma coisa é feita sentando-o e balançando-o para os lados, para cima e para trás.

Uma vez que você tenha algum controle, você pode fazer o mesmo sentando a criança em suas pernas e movendo-as levemente para que a criança tente neutralizar a desestabilização produzida pelo movimento.

5- Iniciar o arrastar e rastrear

É importante que engatinhar e engatinhar comece quando a criança tiver algum controle sobre seu corpo.

Desta forma, é conveniente seguir a ordem das atividades que discutimos até agora.

Para fazer isso, é útil começar deitando-se de bruços no chão e chamar a atenção deles com um objeto que está praticamente ao alcance.

Se quando a criança tenta se aproximar do objeto ele não pode dobrar a perna, ele deve ser ajudado levantando o quadril.

Se o bebê tiver dificuldade em engatinhar no chão, você poderá praticar a mesma ação em sua perna.

Então, sente-se no chão e coloque a criança de bruços na perna. Chame sua atenção com um objeto colocado em seus pés para a criança rastejar para ele.

Quando a criança dominar essa atividade, incentive-a a fazê-lo quantas vezes puder.

Escalar uma montanha de palha rastejante é outra atividade especialmente benéfica, pois permite fortalecer as extremidades da criança.

6- Aprenda a andar

Para iniciar a criança em marcha, o bebê deve ter aprendido a engatinhar e controlar seu corpo.

Uma vez que essas duas ações sejam dominadas, a criança deve ser levada sob as axilas, encorajada a adotar uma postura reta e apoiar levemente os pés no chão.

Esta ação permitirá que a criança use o reflexo da marcha e fortaleça as pernas.

Quando a criança se segura no chão, fique na frente dele, segure os quadris e separe os pés para ter um amplo apoio.

Depois, você deve inclinar suavemente a criança de um lado para o outro para que ela aprenda a mover seu peso de uma perna para a outra.

Quando a criança quase consegue andar sozinha, mas tem medo, é útil amarrar um pano no peito.

Você deve ficar atrás dele segurando o pano sem força e observando a criança o tempo todo, caso ela caia.

7- Melhorar o equilíbrio

Além disso, você pode praticar várias atividades que permitem que a criança melhore seu equilíbrio.

Essa habilidade será útil tanto para melhorar sua capacidade de andar quanto para evitar posturas perigosas quando você se senta ou quando se deita.

Quando a criança está deitada, você deve encorajá-lo a mudar seu peso de um braço para o outro.

Para fazer isso, você pode chamar a atenção deles com um objeto e fazer com que a criança o pegue.

Ao tentar pegá-lo, a criança vai balançar seu peso em direção a um braço, então ele deve ser encorajado a pegá-lo a cada vez com uma mão diferente.

Para melhorar seu equilíbrio sentado, é útil colocar a criança em uma mesa de balanço. A instabilidade da superfície forçará a criança a praticar suas habilidades de equilíbrio.

Quando a criança engatinha, você deve encorajá-lo a mover seu peso de um braço para o outro e de uma perna para a outra. Da mesma forma, ele pode ser ensinado a rastejar para frente e para trás.

Essas atividades desenvolverão seu equilíbrio e, ao mesmo tempo, servirão para fortalecer seus músculos.

Ao caminhar, é útil pedir à criança que fique de pé e se ajoelhe (contanto que não tenha espasticidade) e aprenda a ficar quieto, segurando alguma coisa.

8- Controle da tensão muscular

As crianças com paralisia cerebral são muito mais propensas a contraturas, por isso é aconselhável realizar atividades que possam preveni-las.

Nesse caso, é importante que durante os exercícios não aumente a espasticidade, mas que os músculos possam relaxar.

Para relaxar os músculos espásticos, geralmente é conveniente colocar trapos quentes nos músculos espásticos da criança.

Posteriormente, a criança pode ser ajudada a torcer de um lado para o outro, alongando os músculos e reduzindo a espasticidade.

9- Incorporação do jogo

A melhor maneira de as crianças aprenderem é jogando, por isso é importante apresentar qualquer atividade como um jogo.

Portanto, é conveniente que as atividades sejam feitas durante um certo tempo (não muito longo) e que elas incorporem elementos novos e atraentes para a criança.

É importante que a criança aprenda a brincar com outras crianças e a brincar sozinha, então ele deve ter a oportunidade de fazer atividades divertidas.

Por outro lado, o jogo é um elemento altamente importante que pode permitir o trabalho e o desenvolvimento de suas habilidades.

Incorporar brinquedos para fortalecer os seus sentidos de toque, como argila, cordas, polias, bolinhas de gude, areia e brinquedos para aumentar seus sentidos visuais, como espelhos, cores ou fantoches, é altamente benéfico.

Da mesma forma, brinquedos para balanços como balanços ou redes, e brinquedos para os ouvidos como chocalho, flautas ou tambores, não apenas permitirão que a criança se divirta, mas também aumentem seu desenvolvimento.

10- Comece nas habilidades para a vida diária.

Finalmente, a criança deve desenvolver gradualmente uma série de habilidades básicas.

A paralisia cerebral faz com que essa série de habilidades demore mais para aparecer, de modo que seu desenvolvimento também deve ser praticado.

Para ajudar a criança a desenvolver novas habilidades, antes de tudo você tem que observar tudo que você pode fazer e tudo o que você não pode fazer.

Freqüentemente, a criança precisará de muita ajuda para conversar e se comunicar, então ele deve ser ajudado a se comunicar de qualquer maneira que puder.

Além disso, você deve ser incentivado a aprender a comer, vestir-se, tomar banho e realizar suas necessidades diárias sozinho.

Para praticar este tipo de atividades, é necessário levar em conta as habilidades da criança e incentivá-las a usá-las.