Qual é a Cosmogonia ou Teoria Cosmogônica?

Uma cosmogonia ou teoria cosmogônica é qualquer modelo teórico que tente explicar a origem e o desenvolvimento do Universo. Na astronomia, a cosmogonia estuda a origem de certos objetos ou sistemas astrofísicos, o Sistema Solar ou o sistema Terra-Lua.

No passado, as teorias cosmogônicas faziam parte de diferentes religiões e mitologias. No entanto, graças à evolução da ciência, baseia-se atualmente no estudo de vários fenômenos astronômicos.

Atualmente, a cosmogonia faz parte da cosmologia científica; isto é, do estudo de todos os aspectos do Universo, como os elementos que o compõem, sua criação, desenvolvimento e sua história.

As primeiras teorias cosmogônicas baseadas na natureza em vez do sobrenatural foram postuladas por Descartes em 1644 e desenvolvidas por Emanuel Swedenborg e Immanuel Kant em meados do século XVIII. Embora suas teorias não sejam mais aceitas, seu esforço levou ao estudo científico da origem do Universo.

Teorias cosmogônicas mais importantes

Apesar da dificuldade de estudar as origens do Universo através de métodos científicos, ao longo dos séculos várias hipóteses surgiram no campo da cosmogonia.

Os mais importantes, em ordem cronológica, foram os seguintes: a hipótese nebular, a hipótese planetesimal, a hipótese de condensação turbulenta e a teoria do Big Bang, que é atualmente a mais aceita.

Hipótese da Nebular

A hipótese nebular é uma teoria primeiramente proposta por Descartes e mais tarde desenvolvida por Kant e Laplace. Baseia-se na crença de que, no início dos tempos, o Universo foi formado por uma nebulosa que foi contraída e resfriada devido à gravidade.

De acordo com essa hipótese, o efeito das forças gravitacionais converteu a nebulosa primitiva em um disco rotativo plano, com um núcleo central cada vez maior.

O núcleo diminuiria devido ao atrito das partículas que o compõem, tornando-se mais tarde o Sol, e os planetas se formariam devido às forças centrífugas causadas pelo giro.

É importante perceber que esta teoria só explicaria a formação do Sistema Solar, porque os filósofos desta época ainda não conheciam o tamanho real do Universo.

Hipótese Planetesimal

A hipótese planetesimal foi levantada em 1905 por Thomas Chamberlin e Forest Moulton para descrever a formação do Sistema Solar. Foi o primeiro a desbancar a hipótese nebular, que prevaleceu desde que foi desenvolvida por Laplace no século XIX.

Essa teoria consiste na ideia de que as estrelas, ao passarem perto umas das outras, causaram a expulsão de materiais pesados ​​de seu núcleo para o exterior. Dessa forma, cada estrela teria dois braços espirais, formados desses materiais descartados.

Embora a maioria desses materiais caísse de volta nas estrelas, parte deles continuaria em órbita e se condensaria em pequenos corpos celestes. Esses elementos celestes seriam chamados planetesimais, no caso dos menores, e protoplanetas, se falamos dos maiores.

Com o tempo, esses protoplanetas e planetesimais colidiriam entre si para formar planetas, satélites e asteróides que podemos ver hoje. O processo seria repetido em cada estrela, dando origem ao Universo como o conhecemos hoje.

Embora a hipótese como tal tenha sido descartada pela ciência moderna, a existência de planetesimais continua a fazer parte das teorias cosmogônicas modernas.

Hipótese de condensação turbulenta

Essa hipótese, a mais aceita até o surgimento da Teoria do Big Bang, foi proposta pela primeira vez em 1945 por Carl Friedrich von Weizsäcker. Em princípio, foi usado apenas para explicar a aparência do sistema solar.

A principal hipótese era que, no início dos tempos, o Sistema Solar era formado por uma nebulosa composta de materiais como gases e poeira. Como essa nebulosa estava em rotação, gradualmente se tornou um disco achatado que continuava girando.

Devido às colisões das partículas que formaram a nuvem de gás, vários turbilhões foram formados. Quando vários desses turbilhões se juntaram, as partículas se acumularam, aumentando de tamanho.

Segundo essa hipótese, esse processo durou várias centenas de milhões de anos. No final, o vórtice central teria se tornado o Sol e o restante nos planetas.

Teoria do Big Bang

A teoria do Big Bang é a teoria cosmogônica mais aceita hoje sobre a origem e o desenvolvimento do Universo. Essencialmente, postula que o Universo foi formado a partir de uma pequena singularidade, que se expandiu em uma grande explosão (daí o nome da teoria). Este evento ocorreu há 13, 8 bilhões de anos e desde então o Universo continuou a se expandir.

Apesar do fato de que a veracidade desta teoria não pode ser confirmada em 100%, os astrônomos encontraram várias evidências que sugerem que é realmente sobre o que aconteceu. A evidência mais importante é a descoberta da "radiação de fundo", sinais supostamente emitidos na explosão inicial e que ainda podem ser observados hoje.

Por outro lado, há também evidências de que o Universo continua a se expandir, o que tornaria a teoria ainda mais firme. Por exemplo, usando as imagens de vários super telescópios como o Hubble, o movimento dos corpos celestes pode ser medido. Essas medições nos permitem verificar que, na verdade, o Universo está se expandindo.

Além disso, observando pontos distantes no espaço, e devido à velocidade com que a luz viaja, os cientistas podem essencialmente "olhar para o passado" através de telescópios. Desta maneira, as galáxias em formação foram observadas, assim como outros fenômenos que confirmam a teoria.

Devido à contínua expansão das estrelas, a Teoria do Big Bang prevê várias opções possíveis para o fim do Universo.