10 exemplos do uso da energia nuclear

A energia nuclear pode ter usos diferentes: produzir calor, eletricidade, conservar alimentos, encontrar novos recursos ou usá-los como tratamento médico. Essa energia é obtida a partir da reação que ocorre no núcleo dos átomos, as unidades mínimas de matéria dos elementos químicos do universo.

Esses átomos podem ter formas diferentes, chamadas isótopos. Eles são estáveis ​​e instáveis, dependendo das mudanças que experimentam no núcleo. É a instabilidade no conteúdo de nêutrons, ou massa atômica, que os torna radioativos. São os radioisótopos ou átomos instáveis ​​que produzem a energia nuclear.

A radioatividade que eles liberam pode ser usada, por exemplo, no campo da medicina com radioterapia. Uma das técnicas utilizadas no tratamento do câncer, entre outros usos.

Em seguida, trago para você 10 usos de energia nuclear. Você também pode ver 14 vantagens e desvantagens do uso da energia nuclear.

Lista de 10 exemplos de energia nuclear

1- Produção de eletricidade

A energia nuclear é usada para produzir eletricidade de forma mais econômica e sustentável, desde que seja bem aproveitada.

A eletricidade é um recurso fundamental para a sociedade atual, portanto a redução de custos que ocorre com a energia nuclear pode favorecer o acesso de mais pessoas à mídia elétrica.

De acordo com os dados de 2015 da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a América do Norte e o Sul da Ásia lideram a produção mundial de eletricidade por meio da energia nuclear. Ambos excedem 2000 terawatts por hora (TWh).

2- Melhoramento das culturas e aumento dos recursos mundiais

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afirma em seu relatório de 2015 que existem "795 milhões de pessoas subnutridas no mundo".

O bom uso da energia nuclear pode contribuir para esse problema, gerando mais recursos. De fato, a FAO desenvolve programas colaborativos com a AIEA para esse fim.

De acordo com a Associação Nuclear Mundial, a energia atômica contribui para aumentar os recursos alimentares por meio de fertilizantes e modificações genéticas nos alimentos.

O uso de energia nuclear permite um uso mais eficiente de fertilizantes, uma substância bastante cara. Com alguns isótopos, como nitrogênio-15 ou fósforo-32, é possível que as plantas aproveitem a quantidade máxima de fertilizante possível, sem serem desperdiçadas no meio ambiente.

Por outro lado, os alimentos transgênicos permitem uma maior produção de alimentos através da modificação ou troca de informações genéticas. Uma das maneiras de conseguir essas mutações é através da radiação iônica.

No entanto, existem muitas organizações que se opõem a esse tipo de prática por seus danos à saúde e ao meio ambiente. Esse é o caso do Greenpeace, que defende a agricultura orgânica.

3- Controle de Pragas

A energia nuclear permite o desenvolvimento de uma técnica de esterilização em insetos, que serve para evitar pragas nas lavouras.

É a técnica de insetos estéreis (SIT). De acordo com um relatório da FAO de 1998, foi o primeiro método de controle de pragas que usou a genética.

Este método consiste na criação de insetos de uma espécie específica, que normalmente é prejudicial às culturas, em um espaço controlado.

Os machos são esterilizados através de pequena radiação molecular e deixados na área atormentada para acasalar com as fêmeas. Quanto mais insetos machos estéreis criados em cativeiro, haverá menos insetos selvagens e férteis.

Desta forma, evite perdas econômicas no campo da agricultura. Estes programas de esterilização foram utilizados por diferentes países. Por exemplo, o México, onde, segundo a Associação Nuclear Mundial, foi um sucesso.

4- Preservação de alimentos

O controle de pragas de radiação com energia nuclear, permite uma melhor conservação dos alimentos.

As técnicas de irradiação evitam o desperdício maciço de alimentos, especialmente nos países com clima quente e úmido.

Além disso, a energia atômica é usada para esterilizar as bactérias presentes em alimentos como leite, carne ou legumes. É também uma forma de prolongar a vida de alimentos perecíveis, como morangos ou peixe.

Segundo os defensores da energia nuclear, essa prática não afeta os nutrientes dos produtos ou tem efeitos nocivos à saúde.

A maioria das organizações ecológicas não concorda com isso e continua a defender o método tradicional de colheita.

5- Aumento dos recursos de água potável

Os reatores nucleares produzem calor, que pode ser usado para dessalinizar a água. Este aspecto é especialmente útil para os países secos com falta de recursos hídricos.

Esta técnica de irradiação permite converter a água salgada do mar em água limpa e potável.

Além disso, de acordo com a Associação Nuclear Mundial, as técnicas hidrológicas com isótopos permitem um rastreamento mais preciso dos recursos hídricos naturais.

A AIEA desenvolveu programas de colaboração com países como o Afeganistão, para procurar novos recursos hídricos neste país.

6- Uso da energia nuclear na medicina

Um dos usos benéficos da radioatividade pela energia nuclear é a criação de novos tratamentos e tecnologias no campo da medicina. É o que é conhecido como medicina nuclear.

Esse ramo da medicina permite que os profissionais façam um diagnóstico mais rápido e preciso para seus pacientes, além de tratá-los.

De acordo com a World Nuclear Association, dez milhões de pacientes no mundo são tratados com medicina nuclear a cada ano e mais de 10.000 hospitais usam isótopos radioativos em seus tratamentos.

A energia atômica na medicina pode ser encontrada em radiografias ou em tratamentos tão importantes quanto a radioterapia, que é amplamente utilizada no câncer.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, "a terapia de radiação (também chamada de radioterapia) é um tratamento para o câncer que usa altas doses de radiação para matar células cancerosas e encolher tumores".

Este tratamento tem uma desvantagem; Pode causar efeitos colaterais nas células do corpo saudáveis, danificando-os ou produzindo alterações, que normalmente se recuperam após a cura.

7- aplicações industriais

Os radioisótopos presentes na energia nuclear permitem maior controle dos poluentes que são emitidos para o meio ambiente.

Por outro lado, a energia atômica é bastante eficiente, não deixa resíduos e é muito mais barata que outras energias de produção industrial.

Os instrumentos usados ​​em usinas nucleares geram um benefício muito maior do que custam. Em poucos meses, eles economizam o dinheiro que custam em um momento inicial, antes de serem amortizados.

Por outro lado, as medidas usadas para calibrar as quantidades de radiação também costumam conter substâncias radioativas, geralmente raios gama. Esses instrumentos evitam o contato direto com a fonte a ser medida.

Este método é especialmente útil quando se trata de substâncias que podem ser extremamente corrosivas para os seres humanos.

8- É menos poluente do que outros tipos de energia

Usinas nucleares produzem energia limpa. De acordo com a National Geographic Society, eles podem ser construídos em áreas rurais ou urbanas sem ter um grande impacto ambiental.

Embora, como vimos, em eventos recentes como Fukushima, a falta de controle ou um acidente pode ter consequências catastróficas para grandes extensões de território e para a população de gerações de anos e anos.

Se for comparado com a energia produzida pelo carvão, é verdade que emite menos gases para a atmosfera, evitando o efeito estufa.

9- missões espaciais

A energia nuclear também tem sido usada para expedições no espaço exterior.

Sistemas de fissão nuclear ou decaimento radioativo são usados ​​para gerar calor ou eletricidade através de geradores termelétricos de radioisótopos que são normalmente usados ​​para sondas espaciais.

O elemento químico do qual a energia nuclear é extraída nesses casos é o plutônio-238. Há várias expedições que foram feitas com esses dispositivos: a missão Cassini a Saturno, a missão Galileo a Júpiter e a missão Novos Horizontes a Plutão.

O último experimento espacial que foi realizado com esse método foi o lançamento do veículo Curiosity, dentro das investigações que estão sendo desenvolvidas em torno do Planeta Marte.

Este último é muito maior do que os anteriores e é capaz de produzir mais eletricidade do que os painéis solares podem produzir, de acordo com a Associação Nuclear Mundial.

10 - Armas nucleares

A indústria da guerra sempre foi uma das primeiras a ser atualizada no campo de novas técnicas e tecnologias. No caso da energia nuclear, não seria menos.

Existem dois tipos de armas nucleares, aquelas que usam essa fonte como uma propulsão para produzir calor, eletricidade em diferentes dispositivos ou aquelas que buscam diretamente a explosão.

Nesse sentido, pode-se distinguir entre meios de transporte, como aviões militares ou a conhecida bomba atômica, que gera uma cadeia sustentada de reações nucleares.

Estes últimos podem ser fabricados com materiais diferentes, como urânio, plutônio, hidrogênio ou nêutrons.

Segundo a AIEA, os Estados Unidos foram o primeiro país a construir uma bomba nuclear, por isso foi um dos primeiros a entender os benefícios e perigos dessa energia.

Desde então, este país como uma grande potência mundial estabeleceu uma política de paz no uso da energia nuclear.

Um programa de colaboração com outros estados que começou com o discurso do presidente Eisenhower nos anos 50 antes das Nações Unidas e da Agência Internacional de Energia Atômica.

Efeitos negativos da energia nuclear

Alguns dos perigos do uso da energia atômica são os seguintes:

1- As consequências devastadoras dos acidentes nucleares

Um dos maiores riscos para a energia nuclear ou atômica são os acidentes, que podem ocorrer em reatores a qualquer momento.

Como já demonstrado em Chernobyl ou Fukushima, essas catástrofes têm efeitos devastadores na vida, com alta contaminação de substâncias radioativas em plantas, animais e no ar.

A exposição excessiva à radiação pode levar a doenças como o câncer, bem como malformações e danos irreparáveis ​​nas gerações futuras.

2- Efeitos deletérios dos alimentos transgênicos

Organizações ecológicas como o Greenpeace criticam o método agrícola defendido pelos promotores da energia nuclear.

Entre outros qualificadores, eles afirmam que esse método é muito destrutivo por causa da grande quantidade de água e óleo que consome.

Também tem efeitos econômicos, como o fato de que essas técnicas só podem pagar por eles e acessar alguns, arruinando pequenos agricultores.

3- Limitação da produção de urânio

Como o óleo e outras fontes de energia usadas pelos humanos, o urânio, um dos elementos nucleares mais comuns, é finito. Isto é, pode esgotar-se a qualquer momento.

É por isso que muitos defendem o uso de energia renovável em vez da energia nuclear.

4- Requer grandes instalações

A produção de energia nuclear pode ser mais barata que outros tipos de energia, mas o custo de construir usinas e reatores é alto.

Além disso, devemos ter muito cuidado com este tipo de construção e com o pessoal que irá trabalhar neles, pois deve ser altamente qualificado para evitar qualquer possível acidente.

Os maiores acidentes nucleares da história

Bomba atômica

Ao longo da história, houve inúmeras bombas atômicas. O primeiro aconteceu em 1945 no Novo México, mas os dois mais importantes, sem dúvida, foram aqueles que explodiram em Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial. Seus nomes eram Little Man e Fat Boy Respectivamente.

Acidente de chernobyl

Ocorreu na usina nuclear da cidade de Pripyat, na Ucrânia, em 26 de abril de 1986. É considerada uma das catástrofes ambientais mais sérias ao lado do acidente de Fukushima.

Além das mortes que ocorreram, quase todos os trabalhadores da fábrica, havia milhares de pessoas que precisavam ser evacuadas e que nunca poderiam voltar para suas casas.

Hoje, a cidade de Prypiat ainda é uma cidade fantasma, que tem sido objeto de pilhagem, e que se tornou uma atração turística para os mais curiosos.

Acidente de Fukushima

Realizou-se no dia 11 de março de 2011. É o segundo acidente nuclear mais sério depois do em Chernobyl.

Ele veio como resultado de um tsunami no leste do Japão que explodiu os edifícios onde os reatores nucleares estavam localizados, liberando uma grande quantidade de radiação para o exterior.

Milhares de pessoas tiveram que ser evacuadas, enquanto a cidade sofreu sérias perdas econômicas.

Nota: este artigo foi publicado em 27 de fevereiro de 2017.