Modelo Corpuscular da Matéria: Princípios, Contribuições

O modelo corpuscular da matéria é uma teoria que faz parte da física clássica e que tenta explicar a composição de toda a matéria que existe no universo. Esta teoria baseia-se no pressuposto de que toda a matéria existente consiste em partículas, que são de tamanho pequeno.

Este modelo teve muitos defensores desde sua formulação e adquiriu relevância a partir do século XVII. Nesse sentido, o modelo corpuscular da matéria tem muitas semelhanças com a primeira teoria atômica, em que os átomos eram considerados as partículas mais elementares. A corrente que segue essa teoria foi chamada de atomismo.

A grande diferença entre os dois modelos é que a teoria atômica proposta pelos antigos gregos percebeu que os átomos são impossíveis de dividir, enquanto no modelo corpuscular essas minúsculas partículas podem ser fragmentadas.

Princípios

Como todos os modelos que foram formulados e nos quais as ciências são baseadas, o chamado corpuscularismo é baseado em certos princípios, alguns dos quais se tornaram pilares fundamentais para a química dos tempos modernos.

Em primeiro lugar, enfatiza a suposição de que os compostos químicos têm a possibilidade de mostrar características de ordem secundária, que são diferentes das características dos elementos que se combinam para formar esses compostos. Esta suposição representa a base da atual química molecular.

Por outro lado, a capacidade de processos químicos para modificar a composição de um corpo sem alterar significativamente a sua forma, é a base da permineralização (fossilização que consiste no depósito de substâncias minerais em certos tecidos) e a compreensão de vários procedimentos da natureza biológico, geológico e metalúrgico.

Além disso, a suposição de que os mesmos elementos são previsivelmente combináveis ​​em diferentes razões, enquanto usam métodos diferentes na formação de compostos com características completamente diferentes, tornou-se a base de certas análises de síntese química e a pedra angular da cristalografia. e estequiometria.

Contribuições

O cientista Robert Boyle contribuiu para este modelo argumentando que, além do fato de que toda matéria é composta de minúsculas partículas divisíveis, elas são compostas de um tipo de matéria de propriedades universais, apenas distinguíveis uma da outra pela maneira pela qual elas se movem. através do espaço e sua forma.

Da mesma forma, Boyle publicou seus estudos sobre a hipótese corpuscular mecânica, que ele defendeu na década de 1660, contradizendo os modelos em vigor na época.

Esses modelos foram propostos por Aristóteles e Paracelso para tentar explicar como a matéria é composta e expor as técnicas para realizar análises químicas.

Além disso, as contribuições dos cientistas franceses Pierre Gassendi e René Descartes incluem a teoria de que essas minúsculas partículas que constituem matéria têm as mesmas características dos objetos macroscópicos, como massa, tamanho, forma e consistência.

Ao mesmo tempo, esta teoria indica que eles possuem movimentos, colidem e agrupam para dar origem aos vários fenômenos do universo.

Por outro lado, a hipótese corpuscular também foi apoiada por John Locke e Sir Isaac Newton, sendo usada por Newton para desenvolver sua teoria posterior sobre o comportamento corpuscular da radiação.

Relação entre o modelo corpuscular da matéria e a alquimia

Quando se fala de alquimia, normalmente se faz referência a uma prática antiga, considerada atualmente como pseudociência por cientistas céticos, cujos objetivos principais eram obter a cura de doenças, a transformação de metais básicos em ouro (ou prata) e a extensão. da vida.

No entanto, os processos nos quais a alquimia é baseada para obter tais realizações já eram conhecidos pela química desde vários séculos antes da era cristã, tais como as técnicas usadas na metalurgia e as propriedades do mercúrio e do enxofre, que eram indispensável nestes estudos.

Devido à promessa de conceder o que a humanidade mais deseja (riqueza, longevidade e imortalidade), durante o século XVII, a alquimia era considerada proibida, então os cientistas que queriam estudá-la tinham que fazê-la clandestinamente; Entre esses cientistas estavam Boyle e Newton.

Estudos alquímicos de Robert Boyle

Ao longo de sua vida, Boyle estava em busca constante de alquimia que propunha a transmutação de metais conhecidos como básicos (chumbo, cobre, entre outros) em ouro.

Boyle tentou estabelecer comunicação com os personagens que ele considerou envolvidos nesse cenário e com quem ele acreditava que eles possuíam segredos alquímicos.

Boyle foi nomeado o pai da química graças a essa determinação de dar a conhecer a importância do uso de princípios e processos químicos na análise de fenômenos naturais e estudos médicos.

Desta forma, Boyle combinou seus conhecimentos, habilidades como inventor e estudos sobre alquimia com seus experimentos científicos nos diferentes ramos científicos nos quais trabalhou (filosofia da natureza, química e física) para desenvolver sua hipótese corpuscular mecânica, que serviu como base para a posterior Revolução Química.

Estudos alquímicos de Sir Isaac Newton

Por sua parte, Isaac Newton estudou alquimia de uma maneira contemporânea com Boyle, chegando a escrever um grande número de ensaios sobre este assunto, muito superiores às suas publicações científicas sobre física ou óptica que lhe deram tanto reconhecimento.

De fato, muitos dos estudos de Newton são baseados nas pesquisas e descobertas de Boyle.

Este cientista relacionou sua pesquisa nos diferentes campos da ciência, propondo explicações para fenômenos naturais através da aplicação de forças físicas e a relação destas com a alquimia.

Finalmente, nos séculos posteriores ambos os tópicos foram separados e, enquanto a alquimia foi transferida para o segundo plano, o modelo corpuscular foi ganhando força e melhorando ao longo dos anos para alcançar o modelo atual, que fala de comportamento dual (onda e corpuscular) do sujeito.