Luis Federico Leloir: Biografia e Invenções

Luis Federico Leloir foi um físico e bioquímico argentino que foi agraciado com o Prêmio Nobel de Química em 1970. Ele obteve o prêmio graças à pesquisa que ele fez para estudar os processos realizados pelo corpo humano para converter carboidratos em energia funcional.

Ele trabalhou por uma grande parte de sua carreira em laboratórios com pouco financiamento. Mesmo assim, ele teve o reconhecimento da comunidade científica internacional por suas contribuições. Sua principal função era investigar o comportamento dos nucleotídeos de açúcar, a hipertensão gerada nos rins humanos e o metabolismo dos carboidratos.

Biografia

Luis Federico Leloir nasceu em 6 de setembro de 1906 em Paris, França. Quando ele tinha apenas dois anos de idade, ele se mudou com sua família para a Argentina, onde eles tinham terras agrícolas que seus bisavós tinham comprado a um bom preço anos atrás.

A capacidade produtiva de sua família levou-os a ter uma quantidade significativa de dinheiro, o que permitiu a Leloir dedicar-se à pesquisa científica numa época em que isso não era comum.

Além disso, ele era o único membro de sua família a ter interesse nas ciências naturais. Seu pai e seus irmãos estavam envolvidos principalmente em atividades de campo, mas a coleção de livros científicos que estavam em sua casa despertou o interesse de Leloir desde que ele era muito jovem.

Estudos

Ele se matriculou na Universidade de Buenos Aires para estudar Medicina, um título que obteve em 1932 depois de ter falhado Anatomia em algumas ocasiões.

Em 1934 ele conheceu o professor Bernardo Houssay, que despertou seu interesse no funcionamento do metabolismo de carboidratos e da adrenalina.

Houssay ganhou o Prêmio Nobel de Medicina e chegou a ter um relacionamento próximo com Leloir. De fato, eles trabalharam juntos até a morte de Houssay, em 1971.

Durante seus estágios como médico ele teve alguns encontros com seus colegas, então decidiu dedicar-se ao trabalho científico nos laboratórios. Depois de apresentar sua tese, recebeu o reconhecimento da Universidade de Buenos Aires por ter produzido a melhor tese de doutorado de sua turma.

Em 1943 ele se casou com Amelia Zuberhuber, com quem teve sua única filha, a quem ele chamou com o mesmo nome de sua esposa.

Trabalho

Ele então trabalhou como pesquisador no departamento de bioquímica da prestigiosa Universidade de Cambridge, antes de se mudar para os Estados Unidos em 1944 e trabalhar nas universidades de Missouri e Columbia.

Originalmente mudou-se para a Inglaterra para estudar mais avançado em Cambridge. Lá ele realizou trabalho de laboratório sob a supervisão de outro ganhador do Prêmio Nobel, Frederick Hopkins. Em Cambridge, Leloir estudou as enzimas e o efeito do cianeto em outros componentes químicos.

Seu trabalho em Cambridge levou-o a se especializar no estudo do metabolismo dos carboidratos no corpo humano.

Quando ele voltou para a Argentina, ele se viu em uma situação bastante assustadora. Seu tutor e amigo, Bernardo Houssay, havia sido expulso da Universidade de Buenos Aires depois de se opor ao regime do então presidente da Argentina e do movimento nazista na Alemanha.

Quando confrontada com essa situação, ela se mudou para os Estados Unidos para trabalhar como assistente em Missouri e Columbia. Lá ele recebeu a inspiração do bioquímico americano David Ezra Green, que o levou a estabelecer seu próprio instituto na Argentina alguns anos depois.

Volte para a Argentina

Foi em 1947, quando ele foi presenteado com a oportunidade de retornar à Argentina. Foi-lhe oferecido financiamento especial para fundar o Instituto de Bioquímica de Buenos Aires, onde estudou o comportamento do leite no corpo humano e como ele é processado.

O instituto de pesquisa recebeu o nome de Instituto de Investigações Bioquímicas da Fundação Campomar, em homenagem ao seu fundador Jaime Campomar. Leloir passou a dirigir este instituto de 1947 até sua morte, em 1987.

Pesquisa e Prêmio Nobel

Embora tenha sido presidido pelo próprio Leloir, o laboratório não teve apoio financeiro suficiente do fundador para atualizar o equipamento necessário e manter a investigação atualizada.

No entanto, Leloir e seu grupo de trabalho conseguiram descobrir várias atividades corporais que não eram conhecidas até aquele momento.

Durante sua pesquisa, ele percebeu que o corpo armazena algumas substâncias no leite e as converte em energia. Isso acontece nos nucleotídeos de açúcar e foi essa descoberta que o levou a obter o Prêmio Nobel em 1970.

Além do Prêmio Nobel, Leloir recebeu muitos prêmios adicionais, reconhecendo sua descoberta, que ele mesmo catalogou como algo pequeno, mas que teve repercussões incrivelmente significativas para a medicina.

Durante seus últimos anos de vida, ele deixou sua posição no instituto para se dedicar ao ensino, até falecer em Buenos Aires, em 2 de dezembro de 1987.

Invenções

Uma de suas obras mais revolucionárias (que o levou à descoberta pela qual ganhou o Prêmio Nobel) foi identificar a origem química da síntese do açúcar na levedura. Além disso, ele também estudou a oxidação de ácidos graxos no fígado humano.

Juntamente com sua equipe de trabalho - e particularmente com o Dr. Muñoz - ele desenvolveu o primeiro sistema biológico sem a composição celular, que nunca havia sido alcançada anteriormente na comunidade científica.

Esta invenção desafiou a teoria científica que assegurou que um sistema não poderia funcionar sem a presença de células. Pensou-se que, se uma célula se separasse do sistema em que se encontrava, deixaria de funcionar como consequência da oxidação celular.

Após essa descoberta e com uma equipe de trabalho muito mais preparada, ele desenvolveu um projeto no qual a causa da hipertensão foi descoberta quando na presença de um rim doente.

No entanto, sua descoberta mais importante veio no ano de 1948. Esta foi a descoberta da importância dos nucleotídeos de açúcar no metabolismo dos carboidratos no corpo.