10 características do povo mapuche que você deve conhecer

Algumas das características do povo mapuche são sua linguagem peculiar, sua culinária, sua religião, suas casas e sua estrutura social e familiar.

Mapuche (mapudungun) significa pessoas da terra. Os mapuches são nativos ameríndios que ainda subsistem e vivem principalmente na região da Araucanía chilena, razão pela qual também são chamados araucanos.

Antes da chegada dos espanhóis no Chile e na Argentina, no território sul desses países já existiam esses povos indígenas, que habitavam essa área e se opunham à resistência no período da colonização.

Os Mapuches são caracterizados por terem um profundo sentimento de ligação à terra e ao ambiente natural. A natureza faz sentido em sua dimensão religiosa, guerreira e organização social. O território, para eles, não pertence a ninguém, é compartilhado e é patrimônio de toda a comunidade.

Abaixo, são listadas dez características desse povo indígena. Você também pode aprender mais sobre outro povo indígena, os Taironas: cultura, costumes e arte.

10 peculiaridades do povo Mapuche que você deveria conhecer

1- Idioma original

Tem sua própria linguagem chamada mapudungun. Tradicionalmente, é falado, raramente visto por escrito. Atualmente, ainda é falado em quase todas as comunidades rurais que subsistem no sul do Chile e na Argentina.

Segundo dados atuais, o número ativo de falantes dessa língua é estimado entre 100 mil e 200 mil pessoas. O espanhol foi incorporado pouco a pouco em seu léxico e vice-versa. Ainda não é classificado por linguistas, por isso continua a ser uma língua isolada desta cidade.

2- Trabalhar na comunidade

Os araucanos geralmente trabalham em equipe, em grupos, em comunidade. Isso permite que eles mantenham fortes laços familiares.

As atividades sociais dessa cultura, assim como outras andinas, tiveram o objetivo de formar trabalhos colaborativos.

Esta forma de trabalho é chamada de "mingaco" e insta este povo a trabalhar em conjunto na terra durante os períodos de colheita para o desenvolvimento da agricultura artesanal. Esta prática é vista na zona central e no sul do Chile, onde estão os mapuches.

3- Casas Tradicionais

Outra característica do povo mapuche é que eles têm construções de suas casas tradicionais, que são cobertas de junco ou palha corajosa.

Este tipo de edifício recebe o homem da "ruca" (do mapudungun ruka, "casa") e é o mais importante dentro da arquitetura deste grupo étnico. Nestes espaços, que variam entre 120 e 240 metros quadrados, onde viviam tradicionalmente.

As casas dos Mapuches foram construídas com materiais que a natureza lhes oferecia, como as paredes das mesas ou as coligüe varas. Eles foram reforçados com postes de madeira e estofados com totora.

A família araucana se reunia nessas rucas para compartilhar rotinas diárias ou para celebrar algum evento que organizassem.

4- Próprios instrumentos musicais

No campo cultural, os mapuches também se destacam. É uma cidade com uma base folclórica profundamente enraizada.

Na verdade, eles têm instrumentos como "trutruca" e "kultrun". O primeiro, também chamado petranca, é um aerofone semelhante a um trompete, é feito à mão. O segundo é a percussão, o membranophone e o hit direto.

Estes instrumentos são usados ​​em cerimônias e rituais que aludem à sua música tradicional, canções de dança e esportes tradicionais, como o "palín".

O palín refere-se ao chamado "jogo da chueca". É uma atividade típica desta cidade que tem fins religiosos ou esportivos.

Parece hóquei, já que é jogado com varas de madeira e bolas de couro que eles mesmos fazem. É jogado em um campo de terra ("paliwe") com 200 metros de comprimento e 12 metros de largura.

5- Culinária mapuche

Por outro lado, vale destacar também a gastronomia Mapuche, que é variada. Atualmente faz parte da cozinha chilena e argentina. Os mapuches têm sua própria comida e bebidas.

Um exemplo disso é o "muday". Este tipo de bebida alcoólica é elaborado através da fermentação de grãos de cereais, como milho ou trigo, além do pinhão. Esta bebida tem uma semelhança com a "chicha de maíz", que esta cidade também preparou.

Além disso, há um tempero picante típico dos araucanos: o "merkén". É um molho de pimenta seca e defumada que contém outros ingredientes. Parece pó vermelho com escamas de diferentes tonalidades. Parece pimenta vermelha ou mexicana "chili".

6- Estrutura social da família

O povo mapuche é um povo de origem guerreira. É organizado com uma estrutura social liderada por um chefe guerreiro.

É o "lonko", ou cacique. Este termo aponta para o líder ou chefe de uma família ou comunidade Mapuche extensa. A posição relata poder político, administrativo e religioso. Foi designado por descendência familiar, tributo ou por nomeação de sua comunidade.

Este cacique é o chefe de cada grupo familiar ("lof"), ou caví (castellanizado: Cahuín), que é a estrutura básica da organização social mapuche. Apela a um clã familiar que reconhece a autoridade de um lonco. Ou seja, as pessoas que vivem em rucas e vivem com os vizinhos da etnia e compartilham um ancestral comum.

Em tempos de guerra, quando enfrentavam os espanhóis, todas as loncos se reuniam para escolher um "toqui"; que é o título dado aos líderes militares. Geralmente, eram pessoas mais velhas que tinham experiência em batalhas e tradições mapuches.

Também esta palavra de toqui foi usada para referir-se à cabeça de machado de pedra que as loncos usavam como insígnia de comando.

7- pessoas religiosas

Um povo tão enraizado em sua terra não poderia deixar de ter um sistema de crenças. Os mapuches têm uma profunda religião espiritual, que combina dogmas cristãos com idéias místicas criadas por eles.

Em vista dos Mapuches, o planeta está em equilíbrio. "Ngenechen", é um dos deuses mais importantes desta cultura. É uma divindade de vida, criação e amor.

Enquanto "Wekufu", é o deus da morte e destruição. É o espírito maligno que é usado na magia negra e na mitologia araucana. Para esta última divindade, os mapuches atribuem a chegada dos espanhóis. Eles buscaram ouro, pelo qual escravizaram os araucanos, os invadiram e lhes causaram sofrimento.

8- O papel das mulheres na saúde

O papel das mulheres nesta cidade, além de gerar filhos, é proteger a saúde de seus entes queridos e transmitir verbalmente a cultura de sua etnia.

O "machi" é o religioso, médico, conselheiro e protetor dos araucanos. É a mulher que se comunica com os deuses da vida. Por outro lado, o "kalku" é aquele que conhece as divindades da morte.

O machi é quem executa "machitún". Este é um ritual cerimonial no qual os ancestrais mapuches que vivem no mundo espiritual e prevêem males e doenças são invocados. Normalmente, é realizado dentro da ruca do paciente com seus entes queridos.

9- Legenda da enchente

Tal é a riqueza cultural do povo mapuche, que também tem sua própria mitologia, que se torna típica chilena. É assim que os araucanos têm sua própria versão do grande dilúvio bíblico, da conhecida Arca de Noé.

De acordo com esse grupo étnico, existe o deus do sol e a deusa da lua. Eles contam em sua lenda que o sol deixou seus dois filhos para a Terra, causando grandes lacunas na superfície da Terra.

A lua, por outro lado, chorou. Isso causou a formação de lagos e os corpos das crianças quebradas foram transformados em cobras (filu, no mapupungun), chamadas de Caicai Vilú, das águas, que viviam nos mares da América do Sul.

Então houve uma inundação causada por Caicai Vilú contra o criador Sol. Por esta razão, o Sol criou a serpente Trentrén Vilú, da terra, como vigia de Caicai. Habitava terras, vales e montanhas.

O sol educou os mapuches para tratar bem a natureza e aplicar a pesca moderadamente, mas eles esqueceram essa educação e agiram mal aos olhos dessa divindade.

Como resultado disso, o sol castigou-os e permitiu que Caicai Vilú agisse, que com o flagelo de sua cauda nas águas marinhas causou um grande tsunami que inundou as terras mapuches, eliminando muitas pessoas.

No entanto, a outra cobra, Trentrén Vilú, aumentou as colinas, neutralizando o ataque de seu inimigo. Ele permitiu que muitos araucanos subissem em suas costas para levá-los ao topo das montanhas para salvá-los do dilúvio.

Aqueles que não alcançaram foram convertidos em peixes ou espécies marinhas e outros em pássaros para que pudessem voar e escapar. Ele salvou um casal e dois filhos e pediu um sacrifício do único ônibus restante, como uma oferta por tê-los resgatado.

Então, houve um confronto entre as duas criaturas que durou anos, até que a serpente da terra derrotou, Caicai Vilú morreu na luta dos titãs. Como conseqüência, a geomorfologia mudou e as ilhas e arquipélagos, como Chiloé ou Juan Fernández, do Chile, foram formados.

Um menino e uma garota Mapuche sobreviveram, que deram lugar a uma nova linhagem e reviveram o povo araucano.

10- Guerra Arauco

Os mapuches sentiam e sentiam amor por sua terra. Eles foram capazes de resistir e muitas vidas foram perdidas por séculos.

A chamada Guerra Arauco foi o conflito que ocorreu por quase três séculos entre os mapuches e os espanhóis-crioulos, e depois com os próprios chilenos. Deve-se notar que houve períodos mais e menos intensos desta guerra.

Estágios de guerra

  • Guerra ofensiva : desde a chegada dos espanhóis ao desastre de Curalaba em 1598.
  • Guerra Defensiva : de 1612 a 1626.
  • Guerra ofensiva : de 1626 a 1662.
  • Sistema de Parlamentos : de 1654.

No entanto, diz-se que esta guerra é uma das mais longas da história. Dado que, além desses períodos, houve uma série de brigas com o povo chileno de que fazem parte.

Até hoje, há ataques incendiários atribuídos aos extremistas mapuche, por meio da Coordenadora Malleco-Arauco (CAM), que desejam recuperar as terras perdidas na guerra ou expropriadas pelo Estado chileno. Para eles, a guerra continua.

Outros planejam estabelecer uma nação araucana no território do Chile. Uma espécie de Vaticano do povo mapuche. Estes são os desejos de uma entidade rica em cultura, folclore e tradições que se recusa a desistir e esquecer sua origem como "povo da terra".