Realismo Filosófico: História, Pensamento, Ramos

O realismo filosófico é uma corrente com várias linhas de pensamento que afirma que os objetos existem independentemente do observador. Embora os monarquistas procurassem referências nos antigos filósofos gregos, a doutrina aparece na Idade Média.

Naquela época, eles procuraram se diferenciar dos chamados nominalistas, que não acreditavam na existência de conceitos universais. Por exemplo, eles alegaram que o termo "tabela" se refere a muitos objetos diferentes que só têm o nome em comum.

Ou seja, não havia os chamados "universais", que seriam o conjunto de todos os objetos que são conhecidos com uma única denominação.

Quanto aos referentes gregos comentados anteriormente, os monarquistas nomearam filósofos como Demócrito - o mais antigo entre eles -, Platão e Aristóteles.

Dessa forma, foi discutido o conceito de realismo platônico, que acreditava em conceitos universais. Da mesma forma, considerou-se que Aristóteles praticou o chamado realismo moderado.

Além dos moderados, outros ramos coexistem no realismo filosófico, como o ingênuo, o crítico ou o natural.

Um dos desenvolvimentos práticos dessa filosofia tem sido no campo da educação. O realismo na pedagogia tenta estabelecer métodos de ensino diferentes do construtivismo predominante nas últimas décadas.

Pensado em realismo filosófico

Um dos principais tópicos tratados pela filosofia desde a sua criação é a existência e como o ser humano a percebe.

Existem muitas escolas com diferentes teorias: do idealismo ao instrumentalismo, passando pelo realismo.

A diferença fundamental entre essas teorias é como elas concebem a ontologia (se o mundo externo ao homem existe independentemente) e a epistemologia (se esse mundo externo pode ser conhecido).

O realismo procura responder a essas questões e o faz de uma maneira muito distante dos filósofos que apresentam a idéia de objetos diante de sua existência real, e aqueles que acreditam que a matéria é inexistente se o ser humano não o faz. perceber

Para resumir o conteúdo do pensamento realista, podemos dizer que é a corrente filosófica que acredita que todos os objetos materiais têm sua própria existência, independentemente de sua relação com o homem.

Funcionalidades

Os pontos fundamentais para entender o realismo filosófico estão contidos na máxima de que os objetos são reais além de qualquer pessoa que os observa. E o ser humano conhece essa realidade através dos seus sentidos.

Em relação ao campo do conhecimento, uma questão importante nesta corrente, é estabelecido que o indivíduo é passivo.

Isso implica que cada pessoa é um tipo de recipiente vazio cheio de conhecimento. O importante é o que é aprendido, não as circunstâncias do povo.

História

Embora, como corrente de pensamento, apareça na Idade Média, os filósofos foram baseados em alguns autores da filosofia grega.

Esses autores já haviam começado a considerar esses dilemas e deixaram seus ensinamentos sobre o assunto.

Platão, Demócrito e Aristóteles

Embora muitos autores não concordem com a presença de Platão no realismo, sua filosofia foi parte do início dessa tendência na Idade Média.

Nesse momento, começa-se a falar do realismo platônico, que afirma a existência real dos universais. Para dar um exemplo para esclarecer a ideia, o nome "cadeira" refere-se a um tipo de natureza geral desta peça de mobiliário.

Assim, a ideia "cadeira" é independente de cada cadeira em particular. Esse "universal", como Platão chamou essas idéias, tem uma existência metafísica.

Demócrito se conecta muito melhor em idéias realistas, mais especificamente com o chamado realismo crítico.

Esse pensador, reconhecendo que os objetos existem por si mesmos, pensa que existem certas qualidades que são contribuídas por cada pessoa para percebê-las com seus sentidos.

Finalmente, Aristóteles discorda do pensamento de Demócrito e aponta que as propriedades percebidas também existem independentemente do que o observador lhe parece. É sobre o chamado realismo natural.

Idade Média

É na filosofia medieval quando o realismo realmente aparece, mesmo que eles tenham recebido essas contribuições clássicas.

Naquela época, o termo era mais semelhante ao usado por Platão em seus escritos e nasceu como uma reação a outros pensamentos, como o nominalismo e o conceitualismo.

Dessa maneira, os filósofos da época consideravam que os universais descritos por Platão eram reais, mas apenas na mente, e que eles são inspirados por coisas que existem.

Século 19 e era moderna

Depois do Iluminismo e do Romantismo, períodos em que o realismo praticamente desaparece substituído por idealistas, o realismo filosófico reaparece com força no século XIX.

Os realistas afirmam que apenas o que percebemos e experimentamos durante a vida é real. O conceito "realidade" no abstrato não existe para eles, apenas a experiência das pessoas.

Movimentos como o neorrealismo e a grande força que a ciência adquire (o realismo científico) tornam essa corrente a mais seguida por muito tempo.

Ramos principais dentro do realismo filosófico

Como em todas as correntes de pensamento, o realismo filosófico coexiste com diferentes linhas, com diferenças significativas entre elas.

Também houve variações dependendo do tempo, influenciadas pelo contexto histórico. Estes são alguns dos principais, juntamente com os pensadores mais importantes:

Realismo ingênuo

Este tipo de realismo não levanta nenhuma questão sobre o conhecimento. Para os seguidores dessa corrente, o que é observado ou percebido é o que existe, incluindo as particularidades de cada objeto.

Realismo crítico

Embora coincida em algumas coisas com as anteriores, não pensa que a realidade esteja em sua totalidade como os sentidos a percebem.

Para eles, cada pessoa contribui com parte de sua subjetividade para cada objeto. Destaques autores como Roy Bhaskar ou Rom Harré

Realismo moderado

É o que prevalece durante a Idade Média e, como explicado anteriormente, acredita na existência de universais, embora não como algo material, mas como um conceito mental.

Como autores, podemos nomear Sartre, Schopenhauer e, em alguns aspectos, São Tomás de Aquino.

Realismo científico

Nesse tipo de realismo, o que prevalece é a importância da ciência para alcançar o conhecimento. Assim, a ciência deve ser responsável por descrever a realidade, que existe como algo independente das observações de cada indivíduo.

Esta é uma corrente mais moderna que as outras e pode ser destacada por filósofos como Mario Bunge ou a finlandesa Ilkka Niiniluoto.

Realismo filosófico e educação

Um dos campos práticos nos quais o realismo filosófico tem sido mais tratado é na pedagogia. Na busca pelo melhor sistema educacional possível, tentamos usar essa corrente de pensamento para que os jovens aprendam melhor.

Nas lições baseadas no realismo, o importante deixa de ser o aluno e torna-se completamente o assunto a ser ensinado.

Todo o peso do processo recai sobre o professor, que deve explicar a seus alunos as verdades que a ciência estabeleceu; isto é, toda a realidade.

O aluno é uma espécie de jarro vazio que deve ser preenchido com conhecimento objetivo. Não leva em conta as características pessoais de cada um, por isso não é um ensino individualizado.

Referências