Bibliofilia: sintomas, causas, consequências, precisamos de tratamento?

Bibliophilia é uma palavra usada para descrever o grande amor que algumas pessoas sentem pelos livros. Ao contrário do termo "bibliomania", que descreve uma obsessão patológica, a bibliofilia não é considerada um problema psicológico ou traz qualquer tipo de problema para as pessoas que a possuem.

A palavra "bibliófilo" é freqüentemente usada para descrever pessoas que são apaixonadas por leitura. Em geral, esse traço se correlaciona com a introversão; isto é, com um tipo de personalidade caracterizado por uma preferência por situações em que alguém está sozinho. No entanto, alguns extrovertidos também podem ter bibliofilia.

Uma das principais diferenças entre bibliofilia e bibliomania é que as pessoas com a primeira característica amam livros principalmente por causa de seu conteúdo. Pelo contrário, um bibliografista quer acumular um grande número de livros devido à sua forma, sem se importar com o conteúdo deles ou se ele tem várias cópias de um em particular.

O termo "bibliófilo" é freqüentemente usado como um eufemismo para os mais pejorativos, como "rato de biblioteca". No entanto, descreve uma realidade que não precisa ser negativa de forma alguma. Neste artigo, contamos tudo o que você precisa saber sobre a bibliofilia.

Sintomas

A bibliofilia, não sendo considerada de todo um transtorno psiquiátrico, não apresenta sintomas adequados. No entanto, é possível falar sobre as características mais comuns de pessoas com esse traço de personalidade. Em seguida, veremos quais são os mais importantes.

Amor por livros e leitura

A principal característica da bibliofilia é um grande interesse por livros, muito mais intensos que o normal. Esse interesse pode estar relacionado ao conteúdo dos volumes e à sua forma. No primeiro caso, estaríamos falando de amantes de leitura, enquanto no segundo nos referiríamos a colecionadores de livros.

O termo "bibliófilo" é geralmente usado para se referir a uma pessoa com um interesse muito maior do que o usual na leitura. No entanto, em tempos como o Renascimento e o Iluminismo, aqueles indivíduos que coletavam livros simplesmente por causa de seu valor estético e econômico eram considerados como tendo características bíblicas.

Os livros foram considerados símbolos de status no passado, devido à dificuldade de obtê-los. Assim, bibliofilia no sentido de colecionar era comum entre pessoas de classe alta, como a nobreza ou os mercadores mais ricos.

Hoje em dia, no entanto, a facilidade de obter livros em qualquer lugar faz com que o termo seja utilizado principalmente para descrever aqueles que gostam de ler em grande medida.

Características de personalidade comuns

Embora não seja um requisito essencial dizer que alguém é um bibliófilo, o fato é que a maioria das pessoas com essa característica compartilha uma série de traços psicológicos e de personalidade específicos.

Um dos mais importantes é a introversão. Indivíduos com essa característica preferem realizar atividades individuais em vez de estar com outras pessoas, sendo a leitura geralmente uma das favoritas. Isso não implica que eles não podem se relacionar adequadamente, mas simplesmente que eles estão inclinados a não se relacionar.

Por outro lado, indivíduos com um amor maior do que o usual pela leitura geralmente têm uma inteligência maior que a média. A leitura é considerada uma atividade psicologicamente exigente, de modo que, em geral, apenas aqueles indivíduos mais inteligentes do que o normal podem acabar desenvolvendo um grande interesse nesse hobby.

Finalmente, outra característica muito comum entre pessoas com bibliofilia é a curiosidade. A leitura é uma das melhores maneiras de aprender, entender como o mundo à nossa volta funciona e se expor a novas idéias. Esta é uma das principais razões que levam os bibliófilos a admirar ambos os livros.

Causas

O que leva uma pessoa a desenvolver um interesse incomum em livros e leitura? Como é usual na maioria dos tópicos relacionados à psicologia, não há uma resposta simples para essa questão. Normalmente, considera-se que o amor pela leitura se desenvolve devido a fatores genéticos e às experiências vividas.

Hoje, um "gene de leitura" ainda não foi identificado. No entanto, várias pesquisas sobre personalidade em crianças sugerem que há uma certa predisposição inata para gostar de ler e mostrar interesse fora do normal nessa atividade.

De fato, a bibliofilia poderia estar relacionada a outros fatores predominantemente genéticos, como a introversão, a curiosidade ou a inteligência, como vimos anteriormente. Mesmo assim, parece também que certos fatores do desenvolvimento da pessoa desempenham um papel importante no surgimento dessa característica.

O mais importante é a promoção da leitura pela família da criança. Se, da escola ou dos pais, esta atividade é introduzida pouco a pouco, é muito mais provável que uma pessoa acabe desenvolvendo um grande interesse neste passatempo.

Consequências

Em princípio, a grande maioria das consequências da bibliofilia é positiva. A leitura é uma das atividades que podem enriquecer mais uma pessoa; e, como tal, não só não precisa se preocupar se alguém em nosso meio demonstra um grande interesse em livros, mas seria bom promovê-lo.

No entanto, às vezes o amor excessivo pela leitura pode trazer certas conseqüências negativas. Em casos muito isolados, pode levar à bibliomania, que é uma forma de transtorno obsessivo-compulsivo relacionado à coleta de livros.

Em outros casos, a escolha da leitura em qualquer outro tipo de atividade pode ser um indicador de um problema social ou pessoal, como a extrema timidez.

Mesmo assim, isso não é o mais comum, e só seria necessário se preocupar se o amor pelos livros afeta negativamente outras áreas da vida.

Você precisa de tratamento?

Como já vimos, na maioria dos casos a bibliofilia não tem consequências negativas. Mesmo assim, em ocasiões em que produz problemas, pode ser útil ensinar à pessoa estratégias que lhe permitam reconciliar seu amor pela leitura com o desenvolvimento de uma vida plena e satisfatória.