O que é pós-vanguardismo?

O pós-vanguardismo é um movimento literário e poético que ocorreu na América Latina em meados do século XX, sucedendo os movimentos pós-modernos e de vanguarda.

Nascido nos anos 40, o pós-vanguardismo levantou importantes considerações teóricas, rejeitando muitas noções de poesia clássica ou poesia pura.

Por causa dessa rejeição, a poesia pós-vanguarda é reconhecida como uma anti-poesia.

A poesia pós-avant-garde é considerada por muitos como um avanço estético comparado ao que foi feito por poetas de vanguarda. No entanto, mantém muitos aspectos da poesia de vanguarda e pós-moderna.

Os poetas pós-avant-garde elaboraram seu trabalho em referência aos sistemas expressivos e às concepções da poesia de vanguarda, sem se opor ao modernismo como se a primeira vanguarda fizesse.

Características do pós-avant-garde

As principais características da "antipoesia" no pós-avant-gardismo incluíam vários temas e aspectos.

Entre outros, o pós-vanguarda afirmava a dissolução de todo o postulado pelo racionalismo e a fragmentação da inteligibilidade esclarecida.

No pós-vanguardismo, o subjetivismo irracionalista e anti-historicista do movimento de vanguarda foi preservado.

Além disso, a desestruturação da linguagem poética manifestou-se em poemas de natureza surrealista e existencialista.

As características surrealistas de muitas obras pós-vanguardistas levaram à criação de obras em que o artista buscava poesia em seu mundo interior e não mais no mundo exterior.

Dessa maneira, a obra de arte pós-vanguarda existia em estreita relação com a consciência.

Um dos maiores expoentes do pós-vanguardismo, Octavio Paz, argumentou que o pós-vanguardismo expressava um anti-conformismo que não se manifestara em movimentos anteriores.

Foi sugerido que o pós-avant-gardismo deveria ser uma literatura crítica.

Relação com o avant-garde

Tanto o avant-garde quanto o pós-vanguardismo vêem como algo duvidoso a presença da arte no mundo moderno.

O pós-vanguardismo resgatou alguns aspectos estéticos, poéticos e éticos do movimento de vanguarda, como a dessacralização do discurso poético e a figura do poeta, e a montagem sistemática de fragmentos dispersos e elementos heterogêneos na forma de uma colagem.

O pós-vanguardista procurou recompor o estado da obra poética e manter o sentido anti-artístico da vanguarda.

Assim, o sentido de desrealização levemente irracionalista foi retido, retornando a uma ilação e rima lógicas.

Alguns críticos do pós-vanguardismo denunciam que ele sucumbe à coerção ideológica da sociedade de consumo e produz apenas para o mercado e a médio prazo.

Ainda assim, muitos dos grandes escritores do pós-vanguarda ainda são considerados essenciais nas cartas hispânicas.

Principais escritores

As principais figuras que representam o pós-vanguarda foram o cubano José Lezama Lima, o chileno Nicanor Parra e Gonzalo Rojas.

No entanto, o mais reconhecido de todos foi o mexicano Octavio Paz.

Embora não seja um fato aceito por muitos autores, alega-se que muitos escritores de vanguarda pertenciam ao mesmo tempo à corrente pós-vanguarda.

Entre esses autores estão figuras como César Vallejo com sua poesia surrealista, Pablo Neruda com influências da poesia social e a poesia metafísica de Jorge Luis Borges.