Pesquisa aplicada: características, definição, exemplos

A pesquisa aplicada é o tipo de pesquisa em que o problema é estabelecido e é do conhecimento do pesquisador, por isso utiliza pesquisas para responder questões específicas.

Neste tipo de pesquisa, a ênfase do estudo está na solução prática de problemas. Ele se concentra especificamente em como as teorias gerais podem ser colocadas em prática. Sua motivação vai para a resolução dos problemas que surgem em um dado momento.

A pesquisa aplicada tem uma relação muito próxima com a pesquisa básica, pois depende das descobertas das últimas e é enriquecida por essas descobertas.

Mas a característica mais marcante da pesquisa aplicada é seu interesse na aplicação e nas conseqüências práticas do conhecimento obtido. O objetivo da pesquisa aplicada é prever um comportamento específico em uma situação definida.

Essa pesquisa também é conhecida como empírica, pois busca a aplicação de conhecimentos adquiridos com a ideia de consolidar conhecimentos para resolver uma situação.

Definição de acordo com vários autores

Zoila Rosa Vargas Cordero

Segundo Zoila Rosa Vargas Cordero (2008), professora do Mestrado em Orientação da Universidade da Costa Rica, a pesquisa aplicada é uma forma de conhecer as realidades com comprovação científica.

Ezequiel Ander-Egg Hernández

Por outro lado, o pedagogo, filósofo, sociólogo e ensaísta argentino Ezequiel Ander-Egg Hernández indica que a pesquisa aplicada é uma solução eficiente e bem fundamentada para um problema que foi identificado.

Principais características da pesquisa aplicada

-A pesquisa aplicada depende de pesquisa básica. Isso é porque é baseado em seus resultados.

-A pesquisa básica é pura pesquisa, baseada em um referencial teórico, que visa formular novas teorias através da coleta de dados.

-Além disso, a pesquisa aplicada requer necessariamente um quadro teórico, no qual será baseado para gerar uma solução para o problema específico que você deseja resolver.

-Por outro lado, a pesquisa aplicada concentra-se na análise e solução de problemas de vários personagens da vida real, com ênfase especial no aspecto social.

Além disso, alimenta-se de avanços científicos e caracteriza-se pelo seu interesse na aplicação do conhecimento.

Exemplos

Conhecimento em axolotes dá luzes à medicina regenerativa

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas (CNIO), na Espanha, conduziram experimentos com camundongos e fizeram um importante avanço em favor da medicina regenerativa, depois de conseguir uma "reprogramação" das células maduras.

O objetivo é que as células sirvam algum dia para reparar tecidos danificados sem precisar extraí-los do organismo, como fazem os axolotes.

Os axolotes são organismos também conhecidos como "monstros da água" encontrados no Vale do México. Estes têm a capacidade de recriar extremidades e órgãos externos.

As investigações feitas sobre essa capacidade dos axolotes ajudaram a estabelecer as bases da medicina regenerativa, e um tratamento alternativo para algumas doenças do sistema respiratório poderia até ser gerado.

Manuel Santos é quem dirige a pesquisa, e conseguiu "reprogramar" as células humanas ao seu estado original (células-tronco), mas elas não se reprogramaram fora do corpo, mas diretamente no local da lesão.

Isto é, se puder ser conseguido in vitro (dentro de um tubo de ensaio), é provável que também possam fazê-lo in vivo.

Estudos sobre plantaviva poderiam curar o pterígio

No Instituto de Tecnologia e Ensino Superior de Monterrey, eles trabalham com a planta perene para a criação de um remédio que trata uma doença ocular conhecida como pterígio.

Esta doença consiste em um crescimento atípico no olho que pode causar cegueira à medida que se estende da parte branca ao tecido da córnea. É comum em pessoas que passam muito tempo expostas ao sol.

A evergreen é uma planta selvagem que tem sido usada para tratar a visão, olhos irritados e nuvens dos olhos. No uso doméstico, a folha geralmente é comprimida diretamente nos olhos afetados.

Com base nisso, a Dra. Judith Zavala, professora e pesquisadora da Faculdade de Medicina de Tecnológico de Monterrey, explicou que a coisa mais importante para gerar esse remédio é criar um remédio que seja facilmente acessível aos pacientes.

Além disso, indica que um bom tratamento para a planta evitaria doenças colaterais geradas por contaminação das mesmas, geradas por insetos ou microorganismos, que podem criar outras doenças no paciente.

Design Thinking, uma forma de pesquisa aplicada

A metodologia Design Thinking, também conhecida como design thinking, foi criada na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, nos anos 70.

É um método orientado para a resolução de problemas específicos. Trata-se de conhecer e entender as necessidades que as pessoas têm, para poder oferecer soluções específicas totalmente adaptadas a essas necessidades.

Essa metodologia promove o trabalho em equipe e a implementação de protótipos, sob a premissa de que qualquer inovação em qualquer área deve ser testada para determinar se é de fato útil e responde às necessidades identificadas.

O método Design Thinking baseia suas ações em cinco etapas: empatizar com as necessidades presentes, identificá-las, criar ideias para possíveis soluções, criar protótipos através dos quais essas ideias são trazidas à realidade e, finalmente, testá-las efetivamente.

O Design Thinking pode ser considerado uma pesquisa aplicada, uma vez que busca resolver um dado problema através da identificação de necessidades.

Robótica ao serviço dos idosos

O campo da robótica experimentou avanços importantes. Em quase todas as áreas da vida, a presença deste tipo de tecnologia aumentou.

Cientistas japoneses mostraram a importância de criar protótipos que ajudem a população de adultos mais velhos.

O governo japonês estimou que sua população está envelhecendo e que no ano de 2025 serão necessários 370000 cuidadores para atender a população idosa. Diante disso, a solução encontrada é a criação de robôs cuja função é cuidar do idoso.

A intenção é que esses robôs cumpram as funções básicas de cuidado, como ajudá-los a se levantar de uma cadeira ou de uma cama, e que também sejam capazes de antecipar certas coisas, como quando ir ao banheiro, além de ser um suporte no momento da tomar banho

Essa iniciativa representará uma importante solução para a comunidade idosa do Japão, pois aumentará as possibilidades de oferecer uma melhor qualidade de vida aos idosos e até mesmo prolongar sua expectativa de vida.

Os altos custos dos robôs fizeram com que apenas um pequeno grupo de idosos pudesse contar com a ajuda desses dispositivos. No entanto, neste caso, procuramos reduzir custos, eliminando, por exemplo, características físicas semelhantes às dos seres humanos.

Redução de tentativa de suicídio na adolescência

Yanet Quijada é PhD em Psicopatologia pela Universidade Autônoma de Barcelona e professor da Universidade de San Sebastián em Concepción, Chile. Quijada dedica-se a uma investigação sobre a atenção antecipada a casos de psicose em adolescentes.

A ideia específica do estudo é investigar alguns elementos considerados fatores de risco que têm a ver com o contexto, com fatores psicológicos e sociais, e até mesmo caráter clínico ligado às tentativas de suicídio de adolescentes matriculados na escola.

Esta pesquisa levará em conta informações contextuais da região que podem servir de pano de fundo para esse fenômeno.

Com base nisso, o pesquisador buscará vincular essa informação geral ao caso específico de tentativas de suicídio em jovens em idade escolar.

Espera-se que os resultados desta pesquisa possam esclarecer os fatores que mais afetam os adolescentes e, assim, reduzir os níveis de suicídio de jovens nessa população, especialmente em áreas próximas a Concepción.