Consciência moral: características, o que serve e exemplos

A consciência moral é a faculdade que o ser humano tem de emitir juízos de valor ético sobre o certo e o errado dos atos, orientados desta forma a fazer ou não fazê-los. Essa consciência não implica apenas a avaliação do moralmente correto e incorreto nas ações, mas também das intenções.

Através dos parâmetros morais que a consciência individual possui, outros também são julgados. Dentro da noção de consciência moral, incluem-se certos elementos que são considerados totalmente unidos; A primeira é a consciência referindo-se aos valores e princípios morais que um indivíduo possui.

A segunda refere-se à consciência como uma faculdade pela qual o homem pode conhecer as verdades morais fundamentais. Essa faculdade é chamada de várias maneiras, como a voz da razão, o senso moral e a voz de Deus, entre outros.

O terceiro elemento diz respeito à capacidade de autoavaliação. Significa que a consciência manifesta a avaliação de cada indivíduo de suas próprias ações e desejos. Isso conecta você com sentimentos como culpa, vergonha, remorso ou arrependimento, se algo tiver sido feito errado.

Funcionalidades

A fim de conhecer as características da consciência moral, é necessário situá-las dentro de cada pensamento filosófico que a trata, pois, de acordo com o ponto de vista a partir do qual a análise é feita, existem certas particularidades.

Consciência moral como autoconhecimento e juiz

O autoconhecimento pode ser visto como Deus - como é o caso dos cristãos - ou simplesmente como um postulado, como faz Kant, especificando a idéia de uma autoridade superior que é responsável por punir os indivíduos por suas ações.

Pode também ser um filósofo respeitado, como Epicuro sustenta, ou pode ser um espectador imparcial, como especificado por Adam Smith.

O que caracteriza esse tipo de pensamento é que o autoconhecimento está intimamente relacionado ao papel de julgar, já que a consciência age mais como um juiz do que como um observador desinteressado.

É por isso que aparecem sentimentos que, em muitos casos, são descritos como negativos, como culpa, contrição e remorso, como ocorre com a tradição católica.

No entanto, há uma concepção de consciência que se orgulha de seu mérito moral. Isso pode ser visto nos latinos estóicos como Sêneca e a tradição protestante de Lutero. Nisso há uma alegria que nasce da consciência da remissão que Deus pode fazer dos pecados no futuro.

Consciência moral como conhecimento indireto da moral

De Paul, na tradição cristã, primazia é dada à consciência interna. A consciência não admite a aquisição do conhecimento direto da fonte externa, como é o caso de Deus, mas é através da consciência que as leis divinas são descobertas dentro de nós.

Porque a consciência não tem acesso direto a Deus, é errônea e falível. É o que Tomás de Aquino afirma, que postula a regra da sindérese.

Esta regra, que pode ser enunciada como fazer o bem e evitar o mal, é infalível; no entanto, existem erros na consciência. Isso acontece porque erros podem ser cometidos quando regras de conduta são derivadas, bem como quando essas regras são aplicadas a uma determinada situação.

Fora da religião, a fonte moral que infunde os princípios morais não é Deus, mas a educação ou cultura em si.

Consciência moral como conhecimento direto da moral

É Jean-Jacques Rousseau que argumenta que a boa educação é o que possibilita a libertação da consciência da influência corrupta da sociedade. Além disso, garante que é a educação que fornece os elementos a serem examinados criticamente e, portanto, capaz de substituir as normas recebidas.

Assim, o senso inato de moralidade aparece na consciência quando se liberta de preconceitos e erros educacionais. Assim, para Rousseau, a consciência naturalmente tende a perceber e continuar a ordem correta da natureza; É por isso que ele diz que a razão pode nos enganar, mas a consciência não pode.

Tomando a consciência como permitindo que o homem acesse princípios morais diretos, ela é vista como intuitiva e afetada pelas emoções. Nesse sentido, David Hume identificou a consciência como ativa com um senso moral.

Consciência moral como dever

De acordo com essa posição, a consciência motiva o homem a agir levando em conta suas crenças ou princípios morais, de modo que a consciência gera uma obrigação moral na consciência da pessoa.

Entendida desta maneira, a consciência tem um caráter subjetivo pelo qual a força motivacional vem da pessoa e não da penalidade de uma autoridade externa.

Um representante desse ponto de vista é Immanuel Kant, pois ele concebe a consciência não apenas internamente, mas como uma fonte do senso de dever. Isso porque é preciso julgamentos internos para motivar-se a agir moralmente.

Para este filósofo, a consciência é uma das disposições naturais que a mente tem para que a pessoa seja afetada por conceitos de dever.

Para que serve?

A consciência moral é uma parte fundamental na vida de uma pessoa, pois permite entender que tipo de pessoa se é. Assim, a consciência moral tem um ponto de vista interno e um ponto de vista externo que depende disso.

No sentido interno, é a possibilidade de escolher, com base em um código ético, o caminho ou a ação a seguir. Essa escolha também se baseia em saber que cada ação tem sua consequência e que, como tal, o ser humano é responsável.

Essa interioridade também nos permite avaliar pensamentos, ações, hábitos e modo de vida; Evidentemente, julgamentos de valor aparecem nessa avaliação.

Além disso, essa interioridade tem uma relação direta com o exterior, pois a partir desses valores morais é que o homem vai atuar, e não apenas isso, mas também julgará as ações dos outros.

Assim, a consciência moral é o que permite ao ser humano perceber o que vale a pena, o que é valioso na vida, o que é bom, ou pelo menos perceber o que não vale ou está lá para fugir.

Exemplos

Quanto à exemplificação da consciência moral, deve-se lembrar que isso tem a ver com os valores morais de cada indivíduo; isso implica que, em alguns casos, isso também pode ser aceito por toda a sociedade. Por outro lado, em outros casos, representam apenas o valor ou a escolha moral individual.

Julgue como corajoso uma pessoa que se jogou no mar tempestuoso para salvar outra pessoa que está se afogando.

-Para sentir pena de alguma palavra ou ação executada.

- Não grite para quem ofende ou assalta, considerando que merece respeito mesmo que não o aplique.

-Para dizer a verdade, mesmo que isso signifique que outras pessoas não aceitam bem.

- Pedir desculpas a uma pessoa depois de tê-la ofendido, por ter percebido que algo foi feito ou dito errado.

-Respeite a propriedade e os ativos dos outros.

-Não seja infiel, se isso trouxer culpa ou remorso; ou simplesmente ser fiel porque, além de ser a demonstração de amor para com alguém, impede que quem seja fiel se sinta culpado.

- Não faça troça ou tire vantagem de pessoas com deficiências físicas, mentais ou emocionais.