Músculo temporal: funções, origem, inserção, irrigação

O músculo temporal é um par muscular de forma triangular que se localiza a cada lado do crânio ocupando a fossa temporária e grande parte da área do osso temporário. Este músculo plano também recebe o nome de músculo temporal ou crotofídeos, e faz parte do grupo muscular conhecido como músculos da mastigação, por sua poderosa ação como um elevador da mandíbula.

Existem patologias associadas ao músculo temporal que não são freqüentemente estudadas e diagnosticadas, confundidas com cefaléias tipo tensional e com inflamações na articulação temporomandibular.

Origem e rota

As fibras musculares se originam de cima no osso temporal, na linha temporal inferior acima da fossa temporal. Algumas fibras também são inseridas ao longo de toda a extensão da fossa temporal localizada abaixo da linha supracitada.

As fibras também estão inseridas na face profunda da aponeurose temporal, que é a aponeurose que a cobre, e na região medial do arco zigomático em seu lado interno por um feixe acessório chamado feixe jugular.

Estas inserções múltiplas fazem todas as suas fibras, tomando como pontos de apoio diferentes estruturas ósseas, agindo sobre a elevação da mandíbula. Por isso, é o músculo mais representativo desse movimento e permite sua combinação com movimentos de protrusão ou retração da mandíbula.

Daqui desce e avança ocupando grande parte da área do osso temporal, aproximadamente 70% do mesmo.

Devido à sua superficialidade, pode ser palpado sem dificuldade ao realizar movimentos de abertura e fechamento da cavidade bucal.

Inserção

Suas fibras convergem em um tendão forte e resistente que atravessa o espaço existente entre o arco zigomático e a face lateral do neurocrânio, para finalmente se inserir na apófise coronóide do osso mandibular.

Algumas fibras também são inseridas no ramo anterior da mandíbula, atrás do último molar de cada lado.

Funções

Sua principal função é elevar a mandíbula e projetar para frente, graças às fibras quase completamente verticais da porção anterior do músculo.

Da mesma forma, as fibras da porção posterior, sendo quase completamente horizontais, permitem que a mandíbula se mova para trás em um movimento saliente e para os lados.

Desta forma, juntamente com o resto dos músculos da mastigação, eles permitem a destruição do bolo alimentar para a sua posterior passagem para o esôfago.

Irrigação

Quando se trata da irrigação do músculo temporal, tanto a irrigação do próprio músculo como a fáscia que o cobre é de interesse.

A artéria temporal profunda anterior e a artéria temporal profunda média são ramos da artéria maxilar, que por sua vez é um dos ramos terminais da artéria carótida externa.

Ambas as artérias temporais profundas, tanto anteriores quanto mediais, emitem ramos que são distribuídos ao músculo temporal e anastomosados ​​com a artéria temporal média.

A artéria temporal média é em si um ramo da artéria temporal superficial, que é outro dos ramos terminais da artéria carótida externa e que é responsável pela irrigação da fáscia temporal.

Um dos ramos colaterais da artéria temporal superficial, a artéria temporal profunda posterior, passa pela fáscia temporal e é responsável pela irrigação da face profunda do músculo temporal.

Inervação

A inervação do músculo temporal é dada por ramos do nervo mandibular, que é o nervo maior e mais baixo dos três ramos do nervo trigêmeo.

O nervo trigêmeo também recebe o nome de par craniano V ou nervo trigêmeo. É um nervo misto, isto é, responsável tanto pela inervação da inervação motora quanto pela inervação sensitiva das estruturas que inerva, como é o caso do músculo temporal.

O caso particular deste músculo, é que ele recebe a inervação de 3 nervos diferentes, um para cada fascículo anterior, médio e posterior.

O ramo mandibular do nervo trigêmeo, origina um tronco temporo-bucal do qual o nervo temporal profundo anterior se bifurca, que em seu trajeto atravessa o orifício zigomático exatamente como o músculo temporal e inerva o fascículo ou 1/3 anterior do músculo.

Um segundo tronco do ramo mandibular do nervo trigêmeo origina o nervo temporal profundo posterior, que também atravessa o orifício zigomático e atinge o músculo temporal para inervar seu fascículo posterior.

Da mesma maneira do ramo mandibular um ramo colateral sai, que recebe o nome do nervo temporal profundo médio. Como o anterior, viaja até o músculo temporal para inervar seu fascículo médio.

Síndrome do Músculo Temporário (SMT)

A síndrome do músculo temporário é a patologia mais frequente do músculo temporal, que se apresenta com dores de cabeça semelhantes às causadas por condições hipertensivas (cefaléias tensionais).

A dor geralmente aparece espontaneamente ou por palpação sobre o arco zigomático e tende a irradiar para o olho ou orelha.

Geralmente ocorre unilateralmente, embora possa ocorrer em ambos os lados.

Pode-se justificar por uma certa rigidez do músculo ficar preso em sua passagem pelo zigomático e acarretar perda de estabilidade e vertigem.

O tratamento consiste principalmente em evitar a realização de movimentos de protrusão da mandíbula ao falar, mastigar, entre outros. Em alguns casos, é necessário usar um balanceador invertido para evitar movimentos involuntários desse tipo.