José Emilio Pacheco: biografia, estilo, trabalhos completos, frases

José Emilio Pacheco (1939-2014) foi um escritor, poeta e tradutor mexicano, cuja obra literária foi enquadrada na conhecida Geração de Meio Século. Sua literatura era abundante e abrangia poesia, ensaio, romance e história.

O trabalho de Pacheco foi caracterizado por ter uma linguagem precisa, fácil de entender, criada para todos os públicos. Além disso, o autor estava interessado em desenvolver tópicos relacionados à história e ao processo de vida dentro da modernidade; assim como ele escreveu sobre o tempo e o fim da existência.

O escritor foi um dos mais destacados de seu país e seu tempo. Sua obra literária cruzou fronteiras. Alguns de seus títulos mais reconhecidos foram: As batalhas no deserto, O princípio do prazer e Não me pergunte como o tempo passa; seu trabalho era digno de vários reconhecimentos.

Biografia

Nascimento e família

José Emilio nasceu em 30 de junho de 1939 na Cidade do México. Ele veio de uma família culta. Seus pais eram José María Pacheco Chi e María del Carmen Berry Abreu. Seu contato com a literatura começou quando criança, quando importantes personalidades e intelectuais se reuniram em sua casa.

Estúdios de Pacheco

Os anos de formação educacional de José Emilio Pacheco ocorreram em sua cidade natal, sempre ligados a cartas e literatura. Quando ele entrou no bacharelado, ele já havia começado sua jornada por escrito em vários meios de comunicação estudantis e em alguns jornais.

Ao se formar no ensino médio, ele começou a estudar direito na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Ele continuou escrevendo para revistas como: Medio Siglo, Letras Nuevas e Índice. Durante esse tempo ele também se destacou como editor do México na Cultura e também escreveu para o Diario de Yucatán.

Casamento de Pacheco

Pacheco também teve tempo para amar. Em 1962, aos vinte e três anos, casou-se com Cristina Romo Hernández, escritora e jornalista mexicana. Mais tarde, ela se chamou com o nome do marido: Cristina Pacheco. O casal teve duas filhas: Laura Emilia e Cecilia.

Primeiras publicações do escritor

José Emilio Pacheco conseguiu reconhecimento no mundo literário quando era muito jovem, devido às frequentes colaborações em revistas e jornais. No entanto, foi em 1963, quando foi oficialmente consolidada com a publicação de duas obras: O vento distante e os elementos da noite.

O Inventário Pacheco

A partir de 1973, José Emilio Pacheco começou a escrever a coluna Inventário no jornal Excelsior, especificamente no encapsulado Diorama da cultura. Seu trabalho era jornalístico, porque ele se concentrava em crônicas relacionadas à história do México.

Houve muitos anos que o escritor dedicou a essa coluna. Com o tempo, ele também desenvolveu temas relacionados a escritores como o inglês Alfred Douglas e o irlandês Oscar Wilde. Depois disso, ele levou o projeto para Proceso, onde escreveu até o final de seus dias.

Morte de José Emilio Pacheco

Ao longo dos anos, a saúde de José Emilio Pacheco começou a se deteriorar. Dois dias antes de sua morte, ele teve um problema de saúde enquanto escrevia. A vida saiu em 26 de janeiro de 2014 na Cidade do México, devido à parada cardiorrespiratória, quando ele tinha setenta e quatro anos de idade.

Prêmios e reconhecimentos

- Prêmio Magda Donato, em 1967, por Morirás lejos.

- Prêmio Nacional de Poesia Aguascalientes, em 1969, por sua obra poética Não me pergunte como o tempo passa.

- Prêmio Xavier Villaurrutia, em 1973, pela história O princípio do prazer.

Doutor Honoris Causa pela Universidade Autônoma de Sinaloa, em 1979.

- Prêmio Nacional de Jornalismo do México, em 1980.

- Prêmio Malcolm Lowry, em 1991.

- Prêmio Nacional de Ciências e Artes, em 1992.

- Prêmio José Asunción Silva, pelo melhor livro de poemas em espanhol entre 1990 e 1995.

- Prêmio Mazatlán de Literatura, em 1999.

- Prêmio Ibero-Americano de Literatura José Donoso, em 2001.

- Prêmio Octavio Paz Internacional de Poesia e Ensaio, em 2003.

- Prêmio Ibero-Americano de Poesia Ramón López Velarde, em 2003.

- Prêmio Internacional Alfonso Reyes, em 2004.

- Prêmio Ibero-americano de Poesia Pablo Neruda, em 2004.

- Prêmio Internacional Poesia Federico García Lorca, em 2005.

- Membro honorário da Academia Americana de Idiomas desde 23 de maio de 2006.

- Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, em 2009.

- Medalha 1808, em 2009.

- Medalha de Ouro de Belas Artes da Secretaria de Educação Pública do México, em 2009.

- Prêmio Cervantes, em 2009.

- Doutor Honoris Causa pela Universidade Autônoma de Nuevo León, em 2009.

- Doutor Honoris Causa pela Universidade Autônoma de Campeche, em 2010.

- Doutor Honoris Causa pela Universidade Autônoma do México, em 2010.

- Prêmio Alfonso Reyes, em 2011, pelo El Colegio de México.

Estilo

O estilo literário de José Emilio Pacheco foi caracterizado pelo uso de uma linguagem precisa, concisa, direta e de fácil compreensão. Além disso, destacou-se pelo desenvolvimento de um tema profundo e reflexivo sobre aspectos relacionados ao homem e sua existência.

Poesia

O escritor mexicano desenvolveu uma poesia desprovida de retórica e "adornos" literários não funcionais. Ele estava encarregado de purificar a letra, isto é, limpá-la de tal maneira que ela tivesse um significado em si mesma; mas, embora a linguagem fosse simples, não cessou de ser profunda.

Pacheco também foi encarregado de dar a sua obra poética toques de sarcasmo e humor, com a intenção de que as questões levantadas fossem mais agradáveis ​​para o leitor. Finalmente, ele tentou fazer de sua poesia uma propriedade coletiva, com interesse no transcendental do moderno.

Narrativa

O trabalho narrativo de Pacheco desfrutava de uma linguagem que sugeria, isto é, que abrisse o leitor a caminhos para o real e o fantástico. Ela também era concisa, sem dedicação nas descrições; Os temas abordados pelo autor foram vida, infância, o histórico e o moderno, assim como a própria literatura.

Trabalhos completos

Romance

- Você vai morrer longe (1967).

- As batalhas no deserto (1981).

Breve descrição do seu trabalho Batalhas no deserto (1981)

Foi o segundo romance de José Emilio Pacheco. Antes da publicação de 1981, o escritor deu a conhecer no jornal Uno Más Uno, dentro da agregação Sabado. O trabalho foi criado no período pós-Segunda Guerra Mundial, dentro do ambiente político e social do México.

O romance era sobre o amor que Carlos, um menino de oito anos, sentia por Mariana, aos vinte e oito anos, mãe de Jim, sua amiga de escola. A história era atraente tanto para mostrar avanços modernos, quanto para a confissão que o pequeno fazia para sua namorada e o beijo que ela lhe dava.

Pacheco fez esta novela transcender devido ao tema principal: um amor impossível. Ao longo da história Carlos passou por tratamento psicológico, teve que confessar e foi retirado da escola. Finalmente, o protagonista culminou sem saber sobre a vida de sua amada Mariana e Jim.

Fragmento

"Essa cidade acabou. Terminou esse país. Não há memória do México daqueles anos. E ninguém se importa: daquele horror que pode ter nostalgia. Tudo aconteceu quando os discos passaram na jukebox. Eu nunca vou saber se a Mariana ainda vive. Se eu vivesse hoje, teria oitenta anos de idade ".

Poesia

- Os elementos da noite (1963).

- O resto do fogo (1966).

- Não me pergunte como o tempo passa (1970).

- Você irá e não retornará (1973).

- Ilhas à deriva (1976).

- Desde então (1979).

- As obras do mar (1983).

- Eu olho para a terra (1987).

- Cidade da memória (1990).

- O silêncio da lua (1996).

- A arena errante (1999).

- Último século (2000).

- Tarde ou cedo. Poemas 1958-2009 (2009).

- Como a chuva (2009).

- A idade das trevas (2009).

- O espelho dos ecos (2012).

Fragmento de Não me pergunte como o tempo passa

"Na poeira do mundo

minhas pegadas já estão perdidas

Eu me afasto sem cessar.

Não me perguntes

como passa o tempo,

para o lugar que era nosso

o inverno vem

e eles atravessam o ar

os bandos que migram.

Então a primavera renascerá

Eles vão reviver as flores que você plantou.

Mas ao invés disso nós

nós nunca mais veremos

a casa no nevoeiro ».

Fragmento dos elementos da noite

"Sob o império mínimo

aquele verão roeu

os dias se desmoronam, a fé, as previsões.

No último vale a destruição é saciada

Nas cidades vencidas, as cinzas são uma afronta.

A chuva extingue

a floresta iluminada por raios.

A noite deixa seu veneno.

As palavras quebram no ar.

Nada é restaurado, nada garante

o verde dos campos carbonizados.

Não a água no seu exílio

vai acontecer com a fonte

nem os ossos da águia

eles retornarão pelas suas asas ".

Contos

- O vento distante (1963).

- O princípio do prazer (1972).

- O sangue da Medusa e outras histórias marginais (1990).

Breve descrição do seu trabalho O Princípio do Prazer (1972)

Esta obra de Pacheco veio à luz pela primeira vez em 1972. No entanto, após essa data passou por várias edições. Nele, o escritor fez uma jornada através dos diferentes estágios da vida, começando com a infância e terminando na velhice, e o que cada um significava para ele.

O livro foi composto de seis histórias:

- "O princípio do prazer".

- "A pata".

- "A festa corajosa".

- "Langerhaus".

- "Tenha de modo que ele entretenha".

- "Quando saí de Havana, Deus me ajude."

"A festa corajosa"

Foi relacionado à história e cultura do México. O personagem principal era o Sr. Keller, um combatente da guerra americano e do Vietnã, que viajou para a terra asteca para aprender sobre isso, mas o que começou como uma aventura teve um fim inesperado.

O título do trabalho referia-se a uma série de eventos que marcaram a história social e política do México nos anos setenta. Além de focar na modernidade, Pacheco também falou sobre o passado pré-hispânico e os deuses.

"Tem de modo que ele entretém"

Foi uma das histórias mais fantásticas e estranhas de Pacheco. O escritor não esclareceu ou explicou ao leitor a aparência do inusitado, de tal maneira que a história despertou maior interesse; o espanto, a incerteza e o desespero são constantes na história.

A história fala do desaparecimento de Rafael, um menino de seis anos, na floresta de Chapultepec, no México. Isso aconteceu após o súbito aparecimento de um homem que a mãe de Rafael havia contratado como cuidadora do local. Quando a noite chegou, a criança não voltou, a mãe não perdeu a esperança de encontrá-lo e, todos os dias, voltava para o local.

Tradução

- Como é, por Samuel Beckett.

- Quatro quartetos, por TS Eliot.

- vidas imaginárias, por Marcel Schwob.

- De profundis, de Óscar Wilde.

- Um bonde chamado desejo, de Tennessee Williams.

Antologia

- Anthology of Modernism 1884-1921 (1970).

Artigos

- Inventário I. Antologia 1973-1983 (edição póstuma, 2017).

- Inventário II. Antologia 1984-1992 (edição póstuma, 2017).

- Inventário III. Antologia 1993-2014 (edição póstuma, 2017).

Finalmente, é importante notar que Pacheco também teve participação em música e cinema através de suas obras. Por exemplo, seu romance Batalhas no Deserto foi adaptado para as telonas em 1987 como Mariana, Mariana; enquanto Rest of Fire se tornou música sinfônica em 1995.

Frases

- "Poesia não é sinais pretos na página branca. Eu chamo a poesia para aquele lugar de encontro com a experiência dos outros ".

- "Eu já me encontrei em um canto do tempo. Eu não queria falar comigo mesmo, em vingança por tudo o que fiz com crueldade ".

- "Quem sai não volta, embora retorne".

- "Ao nascer, ocupamos o lugar de alguém e não agradecemos àqueles que estão ausentes para nos legar seu espaço instável".

- "Tudo nos interroga e nos censura. Mas nada responde. Nada persiste contra o fluxo do dia. No centro da noite tudo acaba e tudo começa de novo ".

- "Ainda acho que a poesia é outra coisa: uma forma de amor que só existe em silêncio, num pacto secreto entre duas pessoas, duas quase sempre desconhecidas."

- "O amor é uma doença num mundo em que o único natural é o ódio".

- "Os limites da linguagem são os limites do pensamento".

- "E toda onda gostaria de ser a última, ficar congelada na boca de sal e areia que está sempre te dizendo sempre: vá em frente".

- "A vida não pertence a ninguém, nós a recebemos por empréstimo. A única coisa que é verdadeiramente nossa será a ausência ".