De onde vem a palavra Escuincle?

A palavra escuincle vem do termo itzcuintli (do nahualt, uma língua falada pelos astecas) e significa literalmente cachorro. No México moderno, a palavra escuincle tem o significado de cão e filho.

No entanto, dicionários da era colonial não se referem ao último significado, portanto, considera-se que o uso no sentido de uma criança é muito mais recente.

As origens da palavra cuspir como um cachorro

Especificamente, em seu significado como cão, a palavra escuincle refere-se pejorativamente a um cachorro de rua, magro e sem pêlos.

A palavra também é usada para se referir a uma raça de cão que existia na época pré-hispânica, que é muito apreciada pelos astecas e que sobrevive hoje conhecida como xoloiztcuintle ou xolo (também chamado de cão peludo mexicano ou cão asteca).

Segundo os cronistas do tempo da conquista que fazem referência ao cão estranho sem cabelo de mesoamérica, a maioria dos animais nasceu com pêlo, mas o mesmo foi aposentado pelos indígenas usando uma resina chamada oxxil, um extrato medicinal feito da resina de pinheiro

Esses mesmos cronistas descreveram o animal como um cão doméstico que não latia, não tinha pele e era hábil em caçar e rastrear. Ele tinha orelhas pequenas levantadas e dentes finos e afiados.

Mitologia do escuencle na mitologia asteca

Para os astecas, a escola era importante de duas maneiras. Do ponto de vista mitológico, acreditavam que o animal tinha a capacidade de guiar seus mestres para Mictlan, o mundo dos mortos.

Eles os representavam com características diferentes: às vezes como animais roucos e às vezes como animais esqueléticos com padrões de manchas semelhantes a rugas.

Algumas representações eram menos naturalistas e muito mais grotescas, como um rabisco com chifres ou semi-transformações de cão para humano. No Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México, uma figura cerâmica de uma escola é exibida transformando-se de cão em cobra.

Os escuincles também foram associados com os rituais mortuários dos astecas. Eles eram vistos como emissários de Xolotl, o deus monstruoso da morte, que era semelhante a um cachorro. De acordo com isso, alguns cães foram sacrificados quando seus mestres morreram e foram enterrados com eles.

A interpretação dos colonos

Alguns cronistas espanhóis da época da conquista também descreveram sacrifícios desses animais ao deus da chuva. Nos tempos em que a chuva era escassa, os animais eram levados em procissão até o templo de seu deus.

Os animais foram sacrificados de várias maneiras: alguns foram perfurados com flechas, outros foram asfixiados e outros foram amarrados em pedras após a remoção do coração, que foi então cozido.

O escuincle e o ser humano

Outras histórias míticas mexicanas, compiladas após a conquista, sugerem a íntima relação entre os escuincles e os humanos. Um desses mitos relata que em uma ocasião os deuses haviam punido os humanos com uma inundação terrível. Os humanos sobreviventes tiveram que recorrer à pesca como o único recurso disponível para obter comida.

Assim, a fumaça produzida durante o cozimento do peixe irritou os deuses, que decapitaram os humanos e os transformaram magicamente em irmãos.

Esses registros e os achados arqueológicos de objetos que representam o escuincle em diferentes formas sugerem que os astecas consideravam este animal como sagrado ou sobrenatural.

Além desse significado sagrado, o escuincle também atendia a uma das necessidades mais fundamentais dos antigos mexicanos: a comida. Sabe-se que eles criaram esses cães para consumi-los como alimento.

Eles foram alimentados com milho e quando estavam gordos eles foram mortos e preparados em molho verde. Os escritos da época referem que o sabor era semelhante ao do leitão. Eles geralmente comiam este animal quando havia festas religiosas ou sacrifícios especiais.

As escuinchas quase desapareceram após a conquista e os espécimes sobreviventes foram deixados para trás no oeste mexicano.

O interesse por esta raça de cão ressurgiu em meados do século XX, quando a Associação Canófila Mexicana nomeou um comitê de especialistas para resgatar, incentivar e difundir a existência da raça.

As origens da palavra escuincle como uma criança

A palavra escuincle também se aplica por extensão a se referir a pessoas, especialmente crianças gananciosas, sendo um termo comum da língua espanhola comum do México.

A razão para o uso da palavra com o significado de uma criança não sabe exatamente o que era. Alguns sugerem que é usado pela associação com o significado original.

Alguns acadêmicos sugerem que a palavra escuincle, usada em seu significado para uma criança, é referida como a de uma criança impertinente, irritante ou travessa. Enquanto isso, outros dizem que a palavra também se aplica aos adultos quando são tratados com desprezo ou como crianças pequenas.

A palavra tem uma certa conotação pejorativa, seja referente a um menino ou a um adulto. Neste sentido, as palavras pirralho ou pelado são sinônimos de escuincle.

Já que a palavra escuincle se referia a um cão com a particular característica de peles carentes, acredita-se que essa característica esteja associada à de crianças que também não possuem pêlos faciais ou corporais.

Outra hipótese sugere que ele foi associado a crianças pela natureza lúdica e alegre destes em comparação com a dos cães.

Quanto à associação de significado com a conotação desdenhosa de escuincle quando se refere a uma criança suja ou desgrenhada, acredita-se que é porque a palavra também define um cão perdido e sujo.