O que são os direitos humanos na Colômbia?

Os direitos humanos da Colômbia, uma república constitucional multipartidária, foram marcados por violência política, ausência de processos legais ou corrupção, entre outros aspectos, apesar do fato de que a constituição deste país inclui regulamentações sobre esses direitos.

Nas palavras de Noam Chomsky, um filósofo e ativista americano, a Colômbia detém o recorde de violações de direitos humanos no Hemisfério Ocidental.

Direitos humanos dentro da Constituição da Colômbia

No capítulo I da Constituição da Colômbia, são apresentados artigos sobre direitos, garantias e deveres dos cidadãos.

Os artigos 11 e 13 destacam-se nesta seção, que afirma que:

  • O direito à vida é inviolável.
  • Todos os indivíduos são livres e iguais perante a lei desde o nascimento.

Outros aspectos relevantes desta segunda seção são:

  • Direito à privacidade
  • Proibição da escravidão.
  • Liberdade de religião, expressão e educação.
  • Livre associação em relação aos trabalhadores.
  • Direito de participar da vida política.

Por sua parte, o Capítulo II da Constituição apresenta artigos sobre direitos econômicos, culturais e sociais. Nesta seção, destacam-se os seguintes:

  • A família, sendo a base da sociedade, deve ser protegida pelo Estado.
  • Homens e mulheres têm acesso às mesmas oportunidades.
  • Os direitos das crianças, como a vida, integridade física, saúde, nome e identidade, têm prioridade sobre os direitos dos outros.
  • A educação é gratuita e obrigatória de 5 a 15 anos.
  • Todos os cidadãos têm direito à segurança social.
  • Os trabalhadores têm o direito de fazer paralisações no trabalho.

Estado dos Direitos Humanos na Colômbia

Os relatórios de Direitos Humanos da Colômbia analisam o estado da nação colombiana em termos de direitos humanos.

Em seguida, são apresentados os resultados dos relatórios elaborados nos anos de 2013, 2014 e 2015, que dividem a situação dos direitos nas seguintes seções:

  • Respeito pela integridade da pessoa.
  • Respeito pelos direitos civis.
  • Liberdade para participar de processos políticos.
  • Corrupção e falta de transparência no governo.
  • Atitude do governo em relação a investigações internacionais e não - governamentais de violações de direitos humanos.
  • Discriminação
  • Direitos dos trabalhadores.

Seção 1: Respeito pela integridade da pessoa

Na primeira seção, vários aspectos são levados em conta, destacando-se: privação de vida ilegal ou arbitrária, desaparecimentos forçados * de indivíduos, tortura e outras punições desumanas.

- Privação legal ou arbitrária da vida

Assassinatos políticos e ilegais continuaram a ser um problema para 2015. De janeiro a junho, houve três casos de homicídios agravados por agentes do governo.

Nesse mesmo período, dez membros das forças de segurança foram presos por homicídio agravado ou homicídio de um civil.

Um aspecto positivo em termos de privação legal ou arbitrária da vida foi a diminuição considerável de casos de civis mortos por forças militares e relatados como "mortos em combate".

- desaparecimentos forçados de indivíduos

Desaparecimentos forçados por razões políticas ainda representavam um problema para a nação. De janeiro a julho de 2015, houve 3.400 desaparecimentos, dos quais 59 foram classificados como forçados.

- Tortura e outras punições desumanas

Apesar do fato de que a lei proíbe essas práticas, foram apresentados relatos de maus-tratos e tortura dos detidos pela polícia, militares e guardas prisionais. De janeiro a junho de 2015, houve 28 incidentes de tortura.

Seção 2. Respeito pelos direitos civis

Em termos de direitos civis, como liberdade de expressão, acesso à internet, educação, os relatórios mostram resultados mais positivos. Em geral, o governo colombiano respeita e promove esses direitos.

De facto, para garantir a educação dos cidadãos, é obrigatória até aos 15 anos e gratuita nas instituições do Estado.

Seção 3. Liberdade para participar em processos políticos

Segundo a Constituição da Colômbia, os cidadãos têm o direito e o dever de escolher seus governantes, participando das eleições, um direito que é respeitado na Colômbia.

Seção 4. Corrupção e falta de transparência no governo

A constituição colombiana prevê punições para oficiais considerados culpados de corrupção.

Apesar disso, há um caso de funcionários corruptos que não são processados; De fato, a corrupção, especialmente aquela relacionada ao tráfico de drogas, é um problema sério no Estado.

Seção 5. Atitude do governo em relação a investigações internacionais e não-governamentais sobre violações de direitos humanos

Na Colômbia existem várias organizações que investigam o estado dos direitos humanos dentro da nação.

Em geral, o governo colombiano coopera com esses grupos e está disposto a ouvir seus conselhos.

Seção 6. Discriminação

Em 2011, foi criada a lei antidiscriminação que proíbe discriminação racial, social, de gênero, de linguagem, de deficiência, orientação sexual, religião e orientação política, entre outros aspectos.

Com relação às mulheres, embora sejam iguais aos homens perante a lei, ainda existem casos de discriminação.

Da mesma forma, a lei proíbe o estupro; infelizmente, ainda há casos de violações.

Em junho de 2015, o congresso colombiano criou uma lei contra o feminicídio (o assassinato de uma mulher pelo fato de ser mulher); De acordo com essa lei, a sentença para feminicídio é de 21 a 50 anos (período superior à sentença por homicídio, de 13 anos), sem a possibilidade de suspensão ou redução da sentença.

Por outro lado, com referência à comunidade judaica na Colômbia, que tem aproximadamente 5.000 membros, foram relatados casos de anti-semitismo, como comentários negativos nas mídias sociais e um caso de vandalismo na estátua da menorá em Bogotá.

Em referência às crianças, de janeiro a junho de 2015, houve 3.451 casos de abuso sexual infantil.

Seção 7. Direitos dos Trabalhadores

De acordo com as leis na Colômbia, os trabalhadores têm o direito de se organizar em sindicatos e realizar paralisações legais. Esta lei exclui membros de cooperativas e membros das forças armadas.

Por outro lado, a lei proíbe levar em consideração gênero, orientação sexual, cor ou nacionalidade ao contratar um indivíduo, bem como discriminação dentro da área de trabalho.